Petrobras (PETR4): Governo busca substituto para Landim no Conselho de Administração

O Ministério de Minas e Energia, o MME, agora procura outro nome para o conselho de administração da Petrobras (PETR4) depois que o empresário Rodolfo Landim comunicou, na madrugada do domingo (3) que decidiu recusar a indicação para presidir o colegiado da estatal.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2021/05/6cd60e56-banner-home-3.jpg

De acordo com a pasta, a nova indicação para o Conselho da Petrobras será avaliada com a “responsabilidade que a situação requer”.

Landim havia sido indicado para o cargo em 28 de março, junto com o nome do economista Adriano Pires para a presidência da estatal. Em carta endereçada ao ministério, Landim, que também é presidente do Flamengo, afirma que, “apesar do tamanho e da importância da Petrobras para o nosso País, e da enorme honra para mim em exercer este cargo”, decidiu abrir mão da indicação e concentrar-se na administração do time.

“Entendo que existiria um risco considerável, caso fosse conduzido à presidência do conselho da Petrobras, de não conseguir exercer ambas as funções com a excelência por mim desejada e à altura que a Petrobras e o Flamengo merecem”, escreveu.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Planilha-controle-de-gastos.png

Ex-funcionário de carreira da Petrobras, ele presidiu a antiga BR Distribuidora (agora Vibra Energia), de 2003 a 2006, no governo Lula.

Deixou a estatal para assumir cargos de liderança nas empresas do Grupo X, de Eike Batista, com quem tem uma longa rixa, inclusive na Justiça. Em carreira solo, criou sua própria petrolífera, a Ouro Preto, vendida em 2020.

A desistência de Landim elevou ainda mais a temperatura em torno da troca de comando na Petrobras, depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) demitiu o general da reserva Joaquim Silva e Luna da presidência da estatal.

Conflito de interesses na Petrobras

É que Pires, indicado para o cargo, já tem seu nome contestado pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) por suposto conflito de interesses.

Em representação, o subprocurador-geral do MP-TCU Lucas Rocha Furtado afirmou ter identificado problemas, “tendo em vista sua (de Pires) atuação na iniciativa privada, a lançar dúvidas sobre a possibilidade ética e legal de vir a assumir a presidência da Petrobras”.

Segundo Furtado, Pires “mantém relações econômicas de caráter privado com diversas empresas nacionais e internacionais que se relacionam com a Petrobras, inclusive concorrentes diretas da estatal no mercado internacional”.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Entre as questões para que o economista seja efetivado no cargo, estaria a necessidade de desligamento compulsório do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), empresa que é comandada por seu filho, Pedro Pires.

A legislação brasileira é clara ao dizer que um executivo da estatal não pode ter parentesco com outra pessoa que atue no mercado e que possa ser considerado um concorrente.

Além disso, também há a relação da CBIE com empresas dos setores de energia e óleo e gás.

Entre elas, a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), que tem como associadas empresas concessionárias dos serviços de distribuição de gás canalizado, e grandes empresas como Exxon Mobil, Shell, Braskem, Chevron, Ipiranga, CPFL Energia, Eneva, Engie e outras de diferentes segmentos.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

‘Trâmites legais’

O Ministério de Minas e Energia afirmou que, desde a semana passada, Pires está cumprindo os “trâmites legais e administrativos” exigidos para a proposição do seu nome à Assembleia Geral Ordinária, marcada para o próximo dia 13.

“Temos de aguardar todas essas análises e, se tiver algum óbice, se pode ser superado”, informou a pasta. Procurado ontem, o economista não retornou às chamadas até a conclusão desta edição.

Depois de contar com um presidente das Forças Armadas, o general Silva e Luna, o governo buscava de volta um nome do mercado para as presidências da estatal e de seu conselho.

Luna e seu antecessor, Roberto Castello Branco, acabaram saindo da empresa justamente por divergências com o Palácio do Planalto sobre a política de preços da Petrobras. Silva e Luna afirmou que “é muito mais fácil encontrar um culpado do que uma solução” e desejou “sorte” a seu sucessor.

Com Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Eduardo Vargas

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno