Petrobras (PETR4) alerta investidores sobre possíveis mudanças na política de preços
Em documento enviado aos investidores internacionais na última quarta-feira (29), a Petrobras (PETR4) sinalizou algumas falas recentes do presidente Jair Bolsonaro e a nova equipe de direção da estatal como um fator de risco para a política de preços da estatal.
Atualmente, a política de preços da Petrobras considera as variações do dólar e a cotação do barril de petróleo no mercado internacional para definir os valores dos combustíveis cobrados nas refinarias.
No documento enviado à SEC – órgão americano similar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil -, a petroleira afirma que não pode garantir que sua maneira de definir seus preços não mudará no futuro.
“O presidente brasileiro tem feito, algumas vezes, declarações sobre a necessidade de modificar e ajustar a política de preços para condições domésticas. (…), uma nova direção ou Conselho de Administração poderá propor alterações nas políticas de preço, inclusive com decisão de que essa política não busque alinhamento com preços internacionais”, diz o comunicado da Petrobras.
A estatal ainda alerta que, caso mudanças aconteçam, o efeito nos negócios da empresa podem ser negativos, considerando resultados, situação financeira e valor das ações.
“Mudanças em nossa política de preços de combustíveis podem ter um impacto material adverso em nossos negócios, resultados, situação financeira e valor de nossos títulos”, diz o texto da petroleira.
Petrobras também fala sobre outros riscos
Em outro trecho do documento, a Petrobras também avisa os investidores estrangeiros sobre as intenções do presidente Jair Bolsonaro de criar políticas públicas por intermédio da empresa. “O governo brasileiro, como nosso acionista controlador, pode tentar atingir alguns objetivos macroeconômicos e sociais através de nós, o que pode ter efeito material adverso.”
Outros riscos para os negócios citados pela estatal são referentes ao setor de Óleo & Gás.
O documento entregue pela Petrobras é divulgado anualmente por empresas que têm ações listadas nos Estados Unidos. O relatório oferece um panorama bastante detalhado dos negócios da companhia, com informações sobre resultados financeiros, operacionais e possíveis riscos ao negócio.
No ano passado, a petroleira fez um alerta similar quando o presidente demitido foi Roberto Castello Branco, com a posterior indicação de Joaquim Silva e Luna. O texto se repete agora, com a entrada de Adriano Pires.
Cotação das ações PETR4
No pregão desta quinta-feira (31), as ações preferenciais da Petrobras apresentam alta de 0,36% por volta das 13h52 (horário de Brasília), avaliadas em R$ 33,11.
Nos últimos 12 meses, as ações PN da Petrobras acumulam valorização de 69%, negociadas a R$ 35,29 na máxima e a R$ 19,10.