Pirelli anuncia fechamento da fábrica de pneus de motos de Gravataí (RS)

A empresa italiana Pirelli Spa anunciou o fechamento da fábrica de Gravataí (RS). A unidade produz pneus para motocicletas há 43 anos, do total de 147 anos que a marca fundada em Milão possui. As informações são do “Estado de S. Paulo”.

O motivo do fechamento da fábrica da Pirelli seria a “situação difícil do mercado, com a consequente subutilização das fábricas”, de acordo com a empresa. A produção de pneus de motos será transferida para a planta de Campinas (SP), que também fabrica pneus para automóveis.

Além de Gravataí e Campinas, a Pirelli ainda possui fábricas em Feira de Santana (BA), Campinas, Santo André (SP) e Sumaré (SP). A unidade a ser fechada emprega 900 funcionários. De acordo com a marca, as demissões serão negociadas juntas ao Sindicato dos Trabalhadores.

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“A operação permitirá a otimização dos processos produtivos e dos fluxos logísticos, inclusive graças à localização favorável da fábrica de Campinas, mais próxima às unidades produtivas das montadoras de carro e moto, e cujo fortalecimento permitirá a contratação de cerca de 300 pessoas até 2022”, afirmou o comunicado da Pirelli.

Espera-se que o fechamento seja concluído até 2021. Além dos 900 funcionários diretos, a unidade gaúcha também afetará 300 empregados indiretos. Em Campinas, são cerca de 2 mil trabalhadores.

A fábrica da Pirelli em Gravataí especializou-se na produção de pneus para motocicletas, ciclomotores e scooters.

Funcionários da Pirelli ficam surpresos

Os funcionários ficaram sabendo do fechamento da fábrica na última segunda-feira (13), segundo Flávio Quadros, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Artefatos de Borracha de Gravataí, ao “Estado de S. Paulo”.

“O sindicato não sabia, não tinha informação nem imaginava que pudesse vir uma notícia como essa. Na sexta-feira (10) eles ligaram pedindo um reunião, como sempre fazem, e no dia marcado nos informaram da intenção de encerrar as atividades em Gravataí […] Em outras situações de crise, conseguimos negociar para manter os empregos dos trabalhadores”, contou Quadros ao jornal.

Ainda de acordo com Quadros, a Pirelli demonstrou firmeza na decisão e afirmou que não há como negociar. Os trabalhadores foram informados que as demissões devem começar a partir de janeiro de 2020.

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Pirelli quer investir em produção de pneus “high value”

Em paralelo, a marca de pneus também anunciou um investimento no Brasil. Serão cerca de 120 milhões de euros, que serão investidos nas operações brasileiras entre 2019 e 2012.

Além da planta em Campinas, os recursos devem ser direcionados centralmente também para a unidade em Feira de Santana (BA).

A fábrica baiana poderá aumentar a fabricação de pneus “high value“, ou seja, os pneus projetados em parceria com as montadoras do segmento prestige, que inclui as marcas:

  • Ferrari;
  • Rolls Royce;
  • Porsche;
  • Aston Martin;
  • e MacLaren.

A fábrica de pneus para caminhões, que opera nas mesmas instalações que a Pirelli, em Gravataí, mas que é pertencente à Prometeon, será mantida.

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Governador do Rio Grande do Sul tentará negociar

De acordo com o portal “Zero Hora”, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), está em viagem no exterior deste a última sexta-feira (10).

Ao portal, Leite afirmou ter sido pego de surpresa com o anúncio da Pirelli realizado na última segunda-feira (13).

Contudo, no próximo sábado (18), Leite se reunirá com os representantes da marca de pneus em Londres. O objetivo do encontro é entender a motivação da Pirelli em encerrar as atividades gaúchas. E motivar a possibilidade da marca manter as atividades.

Amanda Gushiken

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