Eletrobras (ELET3): otimista com avanço da privatização, BTG (BPAC11) recomenda compra
Os analistas do BTG Pactual (BPAC11) afirmam que estão otimistas com a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a privatização da Eletrobras (ELET6). Segundo o relatório publicado nesta segunda-feira (21), a votação provavelmente ocorrerá apenas em abril, se não houver outro impedimento durante o processo.
Na visão de João Pimentel e Gisele Gushiken, analistas do banco de investimentos, “ainda há uma chance de que a privatização ocorra usando os números do 4T21″. Entretanto, alertam que a precificação precisaria ser antes do dia 13 de maio.
“Eventuais atrasos do TCU, principalmente um eventual pedido de algum de seus desembargadores de mais tempo para analisar a matéria, podem comprometer o cronograma. No entanto, estamos otimistas de que o processo avançará, mesmo que seja adiado para a próxima janela de tempo”, diz o texto.
O BTG Pactual reitera a recomendação de compra das ações da Eletrobras (ELET6), com preço alvo de R$ 66 em 12 meses.
Confira outros pontos feitos pelos analistas sobre o balanço do quarto trimestre de 2021 da companhia:
Ebitda
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no quarto trimestre de 2021 da Eletrobras somou R$ R$ 2,402 bilhões, avanço sobre o resultado negativo de R$ 299 milhões em igual período do ano anterior. O BTG afirma que os resultados do Ebitda da companhia vieram acima da estimativa, de R$ 2,17 bilhões, devido a uma série de efeitos não recorrentes.
Os efeitos citados pelo BTG do Ebitda da Eletrobras são:
- O resultado IFRS na transmissão, de R$ 1,193 bilhão;
- Provisões para inadimplência relacionadas a empréstimos com distribuidoras privatizadas, de -R$ 970 milhões;
- Mais provisões, agora para empréstimos compulsórios, em -R$ 803 milhões;
- Outras contingências (-R$ 432 milhões) e;
- Baixa de elementos de combustível nuclear por oxidação em barras de combustível (-R$ 252 milhões), parcialmente compensado por créditos tributários reconhecidos no Amazonas GT (R$ 515 milhões) e pelo acordo GSF (R$ 439 milhões).
“Como resultado de todos esses fatores, o Ebitda ajustado foi de R$ 2,558 bilhões, ainda superando nossa projeção com a ajuda do braço de geração”, diz o relatório.
Provisões
De acordo com os analistas, mesmo com a queda recorrente do Ebitda e despesas financeiras abaixo das expectativas do BTG, a linha de equivalência patrimonial ficou bem abaixo da projeção de R$ 760 milhões, vindo apenas R$ 161 milhões.
Isso pode ser explicado por uma perda de -R$ 697 milhões do SPE (sociedade de propósito específico) Santo Antônio Energia, que, junto com os não recorrentes mencionados, gerou lucro líquido de R$ 602 milhões. O montante veio abaixo da estimativa de R$ 892 milhões do BTG.
“Os resultados da Santo Antônio Energia foram impactados por decisões desfavoráveis em dois processos: um com os demais acionistas (Cemig e SAAG) e outro com a empreiteira de EPC (CCSA). Por ser uma garantia da Santo Antônio Energia, Furnas reconheceu uma provisão de R$ 706 milhões no 4T21 referente ao processo com a empreiteira de EPC”, apontam os analistas.
Pontos positivos no balanço da Eletrobras: geração e contenção de custos
Por fim, o BTG vê que o desempenho consistente do segmento de geração da Eletrobras reflete principalmente:
- Em maiores volumes vendidos a preços mais elevados no chamado mercado livre de energia por Furnas;
- Maior despacho térmico da termelétrica Santa Cruz;
- Reversões de provisões relacionadas à indisponibilidade de energia da Eletronuclear durante a pandemia;
- Maior disponibilidade de energia na termelétrica Candiota III;
- Maiores receitas na termelétrica da Eletronorte plantas no Amazonas devido aos contratos indexados à inflação do IGP-M.
O relatório conclui que os resultados operacionais também foram impulsionados por menores custos, com uma redução de 23% a/a no PMSO recorrente.
Cotação da Eletrobras
A Eletrobras (ELET6) fechou estável nesta segunda-feira. Nos últimos 12 meses, as ações acumularam 4,05%.