China pode dar apoio militar e financeiro à Rússia, dizem informações vazadas em Washington
A China sinalizou dar apoio militar e financeiro à Rússia, segundo informação dada pelos Estados Unidos às nações aliadas na Ásia e na Europa. A informação foi vazada para jornalistas em Washington – tática usual como forma de transparecer uma situação diplomática sem tomar lado ou necessariamente adotar uma postura sobre o ocorrido.
Conforme apurado pela Folha de S. Paulo, o aviso americano teria ocorrido por meio de telegramas diplomáticos ainda durante a segunda (14), antes de um encontro entre as delegações da China e dos EUA que ocorreria em Roma.
Neste telegrama, o assessor de Segurança Nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, fez o alerta ao chinês Yang Jiechi sobre o risco de apoiar Vladimir Putin.
A informação vem à tona logo após, no domingo (13), o jornal americano The New York Times, ter acesso a outras informações vazadas, de mesmo caráter, que apontavam que Rússia havia, de fato, pedido ajuda aos chineses.
Na segunda (14), por meios oficiais, o oficialato de Pequim e de Moscou negaram que isso ocorreu. Os chanceleres da China, contudo, acusaram Washington de tentar criar intrigas com “objetivos sinistros”.
Já os russos consideram estar perto da vitória no conflito com a Ucrânia, a poucos passos de conquistar Kiev e anexar o território.
Apesar dos vazamentos terem sido divulgados em grandes veículos americanos, ainda não há confirmação oficial.
China segue neutra e sem condenar a Ucrânia
Até então, somente governos como o da Venezuela, de Irã, Belarus, Nicarágua, Cuba e Síria apoiaram abertamente a causa expansionista russa.
Apesar da relação estreita de Xi Jinping com Putin, especialistas ainda veem a posição da ditadura chinesa como neutra diante do conflito armado.
O dragão chinês tem lidado com cautela e não condenou a guerra, insistindo em soluções pacíficas e com negociações – inclusive, voluntariando-se como possível mediador na situação.
Ainda em dezembro, antes do conflito evoluir para as vias atuais, Xi disse a Putin numa videoconferência que os dois países tinham de se aliar para reagir conjuntamente contra pressões do Ocidente (referindo-se à Otan).
Em fevereiro, cerca de 20 dias antes de a guerra começar, Putin fez sua primeira viagem internacional após a pandemia e participou da abertura dos Jogos de Inverno de Pequim, assinando uma declaração de “amizade eterna” com Xi.
Desde que o conflito se iniciou, os movimentos da China são muito aguardados, dada a tensão que o país vive com a primeira economia mundial, os Estados Unidos, que, por sua vez, apoia abertamente à Ucrânia e condena as ações de Putin em direção à Kiev.