Rússia ameaça tomar controle de multinacionais que deixarem o país
O governo da Rússia está se movimentando para tomar o controle e nacionalizar as multinacionais que estão deixando o país em resposta à invasão da Ucrânia. Em paralelo, o Kremlin planeja medidas para persuadir que outras companhias permaneçam na Rússia.
Nomes internacionais como Coca-Cola (COCA34), McDonald ‘s (MCDC34) e Starbucks (SBUB34) já abandonaram o território russo. Desde então, o Ministério da Economia russo definiu novas políticas para assumir o controle temporário das empresas que tenham mais de 25% de participação estrangeira.
As medidas se aplicam a empresas cuja administração, incluindo acionistas, interrompeu suas atividades em violação às leis russas. Companhias que deixaram o país ou transferiram seus ativos a partir do dia 24 de fevereiro também podem estar sujeitas às novas regras.
Os proprietários teriam até cinco dias para se apresentarem e retomarem a atividade, ou para recorrer a outras alternativas, como vender a própria participação na empresa.
A pasta de economia também indica que as companhias que passaram por aquisições externas podem ser vendidas na Rússia após três meses. Os novos donos devem preservar dois terços dos funcionários e manter as atividades funcionando no país por, pelo menos, um ano.
As medidas ainda estão em análise e não foram aprovadas até o momento. “O governo russo já está trabalhando em medidas que incluem falência e nacionalização da propriedade de empresas estrangeiras forçadas a sair do país”, disse o ex-presidente russo Dmitri Medvedev.
Rússia tenta responder ocidente
São dois os principais motivos que estão afugentando as empresas multinacionais da Rússia. O primeiro são as sanções do Ocidente, que pressionam a economia do país e prejudicam as operações dessas empresas. Por outro lado, existe um medo por parte das companhias de que sejam vistas como apoiadoras da invasão.
Segundo Medvedev, “o projeto visa incentivar as organizações sob controle estrangeiro a não abandonar suas atividades no território da Federação Russa”.
As medidas contra as multinacionais são mais uma tentativa de a Rússia retaliar o Ocidente por suas sanções. Até agora, as respostas do país tiveram um efeito limitado. Alguns exemplos são a proibição temporárias de algumas transações de câmbio, além de pagamentos a não residentes que acatarem às penalidade internacionais.
Putin também restringiu o comércio de alguns bens e matérias-primas e limitou o saque de contas em moedas estrangeiras a US$ 10 mil até setembro.
Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, qualquer movimento do presidente da Rússia para assumir as empresas estrangeiras arrisca um agravamento das tensões entre os países. Psaki diz que medidas fortes seriam tomadas no caso de confisco dos ativos privados dessas empresas que querem recuar e deixar o País.