Câmara aprova prorrogação de benefícios fiscais para igrejas

A Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira (8) um projeto de leis que aumentam por 15 anos os benefícios fiscais às igrejas. De acordo com esse projeto, as instituições beneficentes e entidades religiosas ficarão isentas do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Conforme a autora do projeto a deputada Clarissa Garotinho “o objetivo é permitir que estes convênios, possam ser renovados pelo prazo de 15 anos, já que eles não possuem qualquer relação com a guerra fiscal entre Estados.”

No momento, o texto segue para a análise do Senado. A aprovação teve 382 votos a favor frente a 6 votos contrários e uma abstenção. No entanto, essa proposta aprovada não apresenta uma estimativa de quanto o governo deixará de arrecadar com a prorrogação dos benefícios.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/08/1420x240-Banner-Home-1.png

Jair Bolsonaro é contra criação de imposto sobre dízimo de igreja

O presidente Jair Bolsonaro declarou na última segunda-feira (29) que não será criado um imposto para as igrejas. A declaração ocorre em resposta à afirmação do secretário da Receita Federal Marcos Cintra de que um novo imposto seria aplicado ao dízimo.

A contribuição dos fiéis às entidades financeiras estaria sujeita à tributação da Contribuição Previdenciária (CP). Bolsonaro negou a medida através de vídeo publicado no Twitter. “No nosso governo, nenhum novo imposto será criado, especialmente para as igrejas, que prestam excelente trabalho social para a comunidade”.

Saiba Mais: Impostômetro: Brasileiros pagaram mais de R$ 900 bi em impostos em 2019

O presidente afirmou que foi surpreendido pela declaração de Cintra. A proposta do secretário foi divulgada em entrevista à “Folha de São Paulo”. Entretanto, Bolsonaro garantiu que a informação não procede. “Não haverá um novo imposto para as igrejas”, disse.

Governo federal pretendia criar novo imposto que seria aplicado até a dízimo de igrejas

O governo federal pretendia criar a Contribuição Previdenciária (CP), um novo imposto sobre transações financeiras. O novo tributo será aplicado a qualquer operação, inclusive ao dízimo pago por fiéis em igrejas.

“Isso vai ser polêmico. A base da CP é universal, todo o mundo vai pagar esse imposto, igreja, a economia informal, até o contrabando”, afirma Cintra.

O novo imposto terá uma alíquota de 0,9% e será dividido entre quem paga e quem recebe na transação financeira. As informações foram dadas pelo secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, à Folha de São Paulo.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2020/10/c2933fcd-relatorio-itau-2.0-1.png

A proposta apresentada por Cintra é mudar a forma de contribuição previdenciária que é capitada pelos salários. “Vai ser pecado tributar salário no Brasil”, afirmou Cintra. O método arrecada R$ 350 bilhões anualmente dos contribuintes.

Saiba Mais: Governo pode gastar R$229 bi com disputa de empresas por ICMS

Atualmente, entidades religiosas e filantrópicas são isentas dos impostos. A PEC que propõe as mudanças na arrecadação sugere acabar com essa imunidade. Segundo Cintra, o novo imposto será cobrado de todos.

“A principal diferença é o conceito social do novo tributo. Enquanto a CPMF foi feita para extrair mais recursos da sociedade, estamos propondo um imposto que não elevará a carga tributária. Ela vai substituir impostos perniciosos, será compatível com o mundo digital e vai pegar todo o mundo”, disse à Folha.

De acordo com o art. 150, VI da Constituição Federal, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos municípios instituir impostos sobre templos de qualquer culto. Isto significa que além de não pagarem impostos as entidades religiosas possuem benefícios fiscais.

Poliana Santos

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno