Qestra, empresa de participações em tecnologia, pede registo para IPO
A Bolsa de Valores brasileira pode ter uma nova empresa em breve. A Qestra, plataforma de participações e investimentos em companhias de tecnologia de informação, protocolou na noite desta quinta-feira (3) um pedido de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A Qestra tem participações em 18 empresas que atuam em negócios de softwares, cibersegurança, infraestrutura de nuvem e serviços de TI.
“Nós somos uma plataforma de criação de valor concebida e desenhada para alavancar e levar empresas B2B de Software e Tech-Enabled Services a um outro nível de performance, governança e acesso a capital, buscando permitir o aumento de sua penetração de mercado via crescimento orgânico e inorgânico, e a melhora da sua rentabilidade”, diz a companhia em seu prospecto.
Segundo a companhia, o IPO será realizado para captar recursos destinados em 85% para aquisições estratégicas (M&As), 13% para investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além do reforço das estruturas e atividades comerciais e 2% para capital de giro. Sua oferta será coordenada pelo BTG Pactual (BPAC11), Citigroup e Itaú BBA.
A Qestra registrou em 2021 uma receita líquida de R$ 758 milhões e EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 210 milhões.
Segundo o documento, o capital social da companhia é de R$ 73,6 milhões, equivalente a 593.360.000 ações ordinárias.
Diferente de Qestra, 16 empresas já cancelaram IPO em 2022
Com a proposta, a Qestra nada contra a maré do mercado de ações. Apenas neste início de 2022, 16 empresas cancelaram suas ofertas:
- Monte Rodovias
- Ammo Varejo
- Bluefit Academias
- Madero
- Dori Alimentos
- Environmental ESG
- Vero Internet
- ISH Tech
- Coty
- Claranet
- Fulwood
- Cencosud
- Cantu Store
- Verzani & Sandrini
- Vix Logística
- CSN Cimentos
Levantamento feito pela Economatica mostrou que no ano passado a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) foi a casa de 47 aberturas de capital (IPOs). Apesar do volume alto, na mediana até o final do ano, esses IPOs tiveram uma rentabilidade negativa de 22,24%, o que equivale ao terceiro pior desempenho desde 2004.
De todos os IPO realizados em 2021, apenas 12 terminaram o ano com uma rentabilidade positiva desde a oferta, segundo o estudo. A ação que mais se valorizou foi a do Assaí (ASAI3), que fechou o ano com uma alta de 343,67%.