Petrobras (PETR4): dividendos ofuscam resultado decepcionante; veja opinião dos analistas

Na noite de ontem (23), a Petrobras (PETR4) divulgou seus resultados do 4T21, entregando números fortes, como um lucro líquido de R$ 31,5 bilhões no período de outubro a dezembro de 2021 e, no acumulado do ano, um recorde de R$ 106,67 bilhões. Porém, o mercado não gostou tanto assim do balanço financeiro da estatal.

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O indicador financeiro mais decepcionante foi o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado, que somou R$ 62,945 bilhões (ou US$ 11,3 bilhões), cerca de 10% a menos do que o mercado esperava da Petrobras.

Por outro lado, o anúncio de distribuição de dividendos complementares ao exercício de 2021 brilhou os olhos de analistas. A Petrobras vai pagar mais R$ 37,3 bilhões em dividendos aos acionistas, valor equivalente a R$ 2,86 por ação ordinária (PETR3) e preferencial (PETR4).

Com isso, o montante de proventos pagos pela estatal, referente ao ano de 2021, chega a R$ 100,7 bilhões, valor recorde e que corresponde a R$ 7,77 por ação ON e PN.

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Operacional decepcionante, mas dividendos continuam fluindo, analisa o BTG

Em relatório, o BTG Pactual (BPAC11) afirma que a Petrobras divulgou um conjunto “suave” de resultados para o quarto trimestre de 2021. O Ebitda da estatal ficou 14% abaixo das estimativas do banco, apesar das receitas líquidas em linha com o esperado.

No resultado anual, a margem Ebitda da Petrobras atingiu 52%, “o resultado mais forte em uma década: uma conquista coroada após anos desde o início da recuperação”, diz o relatório.

“Embora acreditemos que os resultados do 4T21 foram abaixo da média, esperamos uma melhora no curto prazo após a normalização da produção de O&G (a produção de janeiro já estava 6% acima do 4T21) e o aumento constante dos preços do petróleo“.

Mas, o que o BTG vê como o mais importante para os investidores neste momento é saber a frequência da distribuição de dividendos da Petrobras. Para o banco, os proventos recordes pagos pela estatal devem continuar no curto prazo, mas “uma mudança na estratégia atual não pode ser descartada dependendo do resultado da eleição presidencial no final deste ano”.

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O BTG reiterou sua recomendação neutra para as ações da Petrobras, com o preço alvo de R$ 41, correspondente a um upside de 19,8% em 12 meses.

“Possuir ações da Petrobras pode parecer um ‘leve’ carrego por enquanto, mas a falta de visibilidade de médio prazo em sua história de alocação de capital ainda torna improvável uma possível reclassificação, em nossa opinião”, explica o BTG.

Forte geração de caixa da Petrobras chama atenção da XP Investimentos

A XP Investimentos também aponta o Ebitda da Petrobras como abaixo do que esperava, mas com maior geração de caixa do que a corretora previu — o capital de giro no 4T21 foi melhor.

“Embora o Ebitda tenha ficado um pouco aquém de nossas estimativas, a geração de caixa foi ainda maior do que prevíamos devido ao melhor capital de giro e impostos de renda mais baixos, e isso levou a Petrobras a anunciar outro forte dividendo para este trimestre”, diz relatório.

Na ponta negativa, a XP analisa o aumento no custo de extração do pré-sal. Para a corretora, trata-se de um primeiro sinal de inflação de custos para a Petrobras, em contraste com todas as outras empresas sob cobertura da XP no setor de materiais básicos, nas quais este tem sido um tema constante nos últimos trimestres.

Ainda assim, a recomendação é de compra para as ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 45,30 – uma valorização de 32,37% nos próximos 12 meses.

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Dilema da Petrobras: Operacional ou Dividendos?, questiona o Bradesco BBI

Para os analistas do Bradesco BBI, o mercado deve se concentrar nos altos dividendos entregues pela Petrobras no 4T21 e deixar os resultados operacionais abaixo do esperado de lado.

“Apesar dos riscos eleitorais este ano, acreditamos que os dividendos trimestrais devam continuar sólidos (o que não deve trazer pressa para que os investidores saiam do papel) e ainda vemos potenciais de alta”, observam.

Ancorado nos dividendos, o BBI tem uma recomendação outperform para as ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 42 para os papéis preferenciais (PETR4), equivalente a um potencial de alta de 22% em 12 meses.

Petrobras está descontada frente a pares globais, avalia o Itaú BBA

Para o Itaú BBA, as ações da Petrobras estão sendo negociadas com desconto quando comparadas com a maioria dos players globais do mesmo segmento. Por isso, o investimento na estatal é atrativo para o banco.

Assim como os outros relatórios, os valores de Ebitda foram decepcionantes, com resultado 7% abaixo do esperado pelo BBA, mas os dividendos se destacaram. “Esperamos que a empresa continue pagando fortes dividendos, com sua sólida geração de caixa, otimização do portfólio e baixa alavancagem”, diz o relatório.

Com isso, o BBA reitera a recomendação outperform (acima da média) para as ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 38,00, que corresponde a uma valorização pequena de 11% em 12 meses.

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Monique Lima

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