Dólar x Rússia: Moeda dispara com investidor em busca de proteção

Com a invasão da Rússia na Ucrânia, o dólar, ativo esse que tem registrado queda nos últimos dias, voltou a subir, com valorização próximo de 2%.

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Por volta das 11h15, o dólar hoje subia 1,96%, negociado a R$ 5,10. Para se ter uma base comparação, na véspera, quarta-feira (24), o dólar fechou o pregão em queda de 0,94%, cotado a R$ 5,00.

Além do dólar, outra moeda que tem chamado a atenção do mercado global é o euro que tem alta de 0,76%, negociado a R$ 5,70.

Para os especialistas, o que acontece agora em meio à tensão geopolítica é a busca por ativos mais seguros e um tom de cautela no mercado financeiro.

“Com o conflito existente a palavra agora é volatilidade. Era previsível que o mercado cambial refletisse essa tensão do capital estrangeiro, pois esse capital não gostar de estar em países emergentes, então eles migram para países mais seguros”, analisou o economista-chefe da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), Reinaldo Cafeo.

“O comportamento que prevalece agora é o racional e emocional dos investidores, no sentido de falar ‘bom, eu preciso me proteger e eu quero ficar em países mais confiáveis'”, concluiu Cafeo.

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A economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, aponta ainda que, apesar da forte alta do dólar de quase 2%, a postura do mercado é de cautela com os próximos passos do desenvolvimento da tensão geopolítica com a invasão da Rússia. Isso porque, a alta do dólar indica uma certa retomada da queda observada nos últimos dias, mas não significa uma deterioração.

“A sensação que está no mercado é o comportamento de cautela, ainda por não entender o que pode acontecer nas próximas horas e nos próximos dias por conta da invasão da Rússia na Ucrânia.”

Mas no geral, os especialistas apontam que o Brasil segue muito atrativo para o investidor estrangeiro, principalmente com a alta da taxa básica de juros (Selic).

O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, analisa a palavra volatilidade estará presente principalmente hoje e nos próximos dias, com as eleições no radar.

A questão é que o Brasil tem um diferencial de juros, após a escalada da Selic e a previsão é de que a inflação atinja o mundo todo. Além disso, a bolsa brasileira está consideravelmente barata então há uma atração bem  interessante do capital estrangeiro para o País.

“Obviamente, nesse primeiro momento o dólar tende a subir, mas eu acredito que no decorrer dos dias a moeda volta aos patamares menores.”

É isso que aponta também Cafeo, que descarta uma “explosão” do dólar para R$ 5,90 e R$ 6,00 no médio e longo prazo.

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Poliana Santos

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