Laranjas no PSL: Bebianno diz que responsabilidade é do ministro do Turismo

O ex-secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebbiano, afirmou que a responsabilidade sobre candidaturas laranjas no PSL é do ministro do Turismo. Segundo Bebianno disse à “Folha”, o esquema era feito pelo diretório do partido em Minas Gerais. Dessa forma, a atribuição recai sobre Marcelo Álvaro Antônio. Porque o atual líder da pasta do Turismo era quem comandava a legenda no estado.

Assim, ele seria o responsável pelo esquema de candidaturas laranjas no PSL. O sistema funcionava com o repasse de dinheiro público do partido a candidatas. Entretanto, não haviam esforços reais nas campanhas eleitorais delas. A suspeita das investigações é que a campanha era uma fachada e o objetivo era passar o dinheiro a outros nomes da legenda.

De acordo com Bebianno, os valores repassados às quatro candidatas foi solicitado formalmente pelo diretório de Minas. Sendo assim, o ex-secretário afirmou que vai apresentar comprovações do que diz às autoridades.

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“Em relação a Minas Gerais, não conheço qualquer das candidatas que formaram aquela chapa. Não sei quem são, e nunca sequer mantive qualquer contato com elas. Simplesmente desconheço. Esclareço que todos os pedidos de recursos efetuados para as mencionadas candidatas em questão foram feitos pelo próprio diretório de Minas Gerais”, disse Bebianno à “Folha”.

Repasse de verba

As quatro candidatas declararam ter recebido R$ 279 mil da Executiva nacional. O valor representa um terço de toda a verba repassada para o estado de Minas Gerais. Entretanto, Bebianno afirmou que a distribuição dos valores foi feita como às outras unidades federativas da nação.

O ministro do Turismo afirmou à “Folha” que o repasse da verba para as quatro candidatas foi uma decisão estratégica. Assim sendo, segundo Álvaro Antônio, a intenção era ter força contra a oposição da região do Vale do Aço.

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Registro de laranjas no PSL em gráficas

A Polícia Federal não encontrou comprovações de que algumas gráficas prestaram serviço para as candidatas suspeitas de serem laranjas no PSL. A PF fez buscas em cinco gráficas de Minas Gerais na investigação que apura se o PSL usou candidatas apenas para conseguir verba eleitoral.

A Polícia Federal não conseguiu encontrar registros dos serviços prestados ao partido. Isso reforça a suspeita de que as gráficas não forneceram produtos para as supostas laranjas no PSL. A hipótese usada na investigação é de que o serviço não foi feito ou então foi realizado para outros candidatos.

A primeira gráfica afirmou que só guardar os registros por seis meses, e, por isso, os procurados pela polícia já haviam sido jogados fora. Outra, disse que só anota os pedidos em blocos de papel, que também já teriam sido descartados.

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A terceira também confirmou que os registros foram para o lixo. Já a quarta gráfica disse que não registrava pedidos, que eram feitos por telefone ou pessoalmente. No mesmo sentido, a quinta empresa alvo das buscas afirmou não guardar os pedidos em documentos físicos.

Além das gráficas, a PF também investigou, na busca por laranjas no PSL, o irmão de um coordenador da campanha de integrante do PSL. As empresas do suspeito declararam terem prestado serviço às candidatas, mas elas não funcionam há 2 anos.

Entenda o caso

As suspeitas sobre o esquema de laranjas no PSL começaram após a “Folha de São Paulo” divulgar o caso. Segundo o jornal, algumas mulheres eram colocadas como candidatas, mas não haviam esforços reais do partido para serem eleitas.

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A intenção com as candidatas laranjas seria conseguir verba eleitoral para usar na campanha de outros nomes do partido. A suspeita é de que o esquema ocorreu nas bases do partido em Minas Gerais e em Pernambuco.

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O caso levou à queda de Bebianno do governo, porque ele era comandante nacional do partido em 2018. Assim, foi acusado de participar do esquema de laranjas no PSL.

Beatriz Oliveira

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