Guerra das maquininhas: com “Vendeu, recebeu” Cielo reage à concorrência

Em mais um capítulo da “guerra das maquininhas”, a Cielo anunciou nesta sexta-feira (3) que seus clientes poderão receber as vendas instantaneamente. Com “Vendeu, recebeu”, a proposta da empresa é que o dinheiro caia na conta digital do comerciante no momento em que a compra for realizada.

A possibilidade estará disponível para clientes a partir do dia 27 de maio. A medida é uma reação na “guerra das maquininhas” às concorrentes como a PagSeguro, a Rede e a SafraPay, que anunciaram mudanças no serviço.

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Redução de taxa Cielo Livre

Ainda na disputa da “guerra das maquininhas”, a Cielo também anunciou que irá reduzir taxas no plano Cielo Livre. A modalidade já isenta o cliente da taxa de antecipação do crédito à vista para as maquininhas alugadas.

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Além disso, o plano também não obriga o contratante a abrir contas em bancos específicos. Porém, o benefício só vale para quem tem um faturamento mensal acima de R$ 5 mil. As alteração também passam a valer a partir do dia 27 de maio.

“Também liberamos nosso sistema para que qualquer banco ofereça a novidade aos seus clientes” informa a empresa em comunicado ao mercado.

Transparência na “guerra das maquininhas”

Em outra ofensiva na “guerra das maquininhas”, a Cielo também informou que vai buscar a transparência dos custos aos clientes. A ideia da empresa é lançar um indicador para comparar os valores reais dos serviços oferecidos pelo setor.

“A Cielo vem a público defender total transparência para que a disputa na indústria de adquirência se dê no preço final pago pelos nossos clientes. Para nós, é muito importante que eles possam, de forma simples e clara, comparar o custo total do serviço”, afirmou a empresa.

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A criação do Custo Efetivo Total (CET) deve indicar o custo geral do serviço, composto por:

  • compra ou aluguel da maquininha;
  • taxas de desconto;
  • adiantamento do recebimento das vendas.

Para isso, a empresa informou que já começou a conversar com reguladores. “Acreditamos que a transparência acabará de vez com pegadinhas, asteriscos, letras miúdas e condições impossíveis de serem cumpridas”, divulgou a Cielo.

“Guerra das maquininhas”

A forte movimentação no setor de máquinas de cartão voltou quando a Rede, do Itaú, anunciou a isenção da taxa de antecipação. A medida fez as rivais listadas nas bolsas brasileira e americana vissem suas ações despencarem.

A medida da Rede apontava algumas condição:

  • a antecipação vale apenas para compras pagas à vista no cartão do crédito.
  • o empreendedor deve ter faturamento de até R$ 30 milhões por ano;
  • o empreendedor deve receber os pagamentos em uma conta do Itaú Unibanco.

Em seguida, a SafraPay seguiu a promoção da Rede e também anunciou a isenção da taxa de antecipação para crédito à vista. Assim como a rival, a empresa também impôs condições para o benefício:

  • válido somente para as vendas de até R$ 50 mil por mês;
  • apenas para clientes – ativos ou novos – com faturamento de até R$ 50 milhões.

Cade instaura processo

A proposta da Rede não passou despercebida no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que instaurou no mesmo dia um processo contra o Itaú Unibanco (ITUB4) e a Rede. O banco e a empresa de pagamento eletrônico são acusados de ter realizado uma venda casada, proibida por lei.

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O anúncio da Rede é exclusivo para clientes que possuem conta no Itaú Unibanco. Desta forma, há a interpretação de que a novidade se trata de uma venda casada.

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A venda casada é caracterizada quando um consumidor, ao adquirir um produto, leva conjuntamente outro produto, da mesma espécie ou não. A prática é proibida pelo Banco Central (BC) e pelas leis de defesa da concorrência.

Não há informações sobre investigações ou processos abertos pelo Cade contra a SafraPay ou o Banco Safra, na chamada “guerra das maquininhas”.

Beatriz Oliveira

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