Venezuela: Grupo de Lima e ICG agendam reuniões para discutir crise

O Grupo de Lima e o Grupo Internacional de Contatos para a Venezuela (ICG, na sigla em inglês) agendam reuniões para debater a crise política no país. A polaridade entre Nicolás Maduro, presidente venezuelano e Juan Guaidó, presidente autodeclarado, será pauta central dos encontros.

O Grupo de Lima deve se reunir ainda na sexta-feira (3) para discutir a crise na Venezuela. A informação foi passada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Augusto Heleno em entrevista à “GloboNews”.

“O Grupo de Lima vai ter uma reunião esta semana para continuar a pressionar o Maduro, para que ele tome uma posição e se afaste do governo dele, e é ilegítimo, notoriamente ilegítimo”, afirmou o ministro.

Por sua vez, o ICG deve se reunir entre a próxima segunda (6) e a terça-feira (7) na Costa Rica. Este será o terceiro encontro do grupo desde sua fundação.

“Para o governo da Costa Rica, a reunião em San José representa um reconhecimento de sua liderança e dos esforços diplomáticos feitos na busca de uma solução política para a crise na Venezuela”, disse o ministro das Relações Exteriores do país, Manuel Ventura.

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Países do Grupo de Lima

O grupo foi formado em agosto de 2017, quando 12 países assinaram a Declaração de Lima. Na declaração, o grupo alinhou a posição acerca da “crítica” situação na Venezuela.

O posicionamento condena as práticas de “falta de eleições livres”, “ruptura da ordem democrática na Venezuela” e os “presos políticos”.

Os países que integram o Grupo de Lima são:

  • Argentina;
  • Brasil;
  • Canadá;
  • Colômbia;
  • Costa Rica;
  • Chile;
  • Guatemala;
  • Guiana;
  • Honduras;
  • México;
  • Panamá;
  • Paraguai;
  • Peru;
  • e Santa Lúcia.

Em 24 de janeiro, o ministério das Relações Exteriores do Peru divulgou declaração conjunta do grupo, reconhecendo a presidência interina autodeclarada de Guaidó.

“[O Grupo de Lima] reconhece e expressa seu pleno apoio ao presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que assumiu como presidente da República Bolivariana da Venezuela, considerando as normas constitucionais e com a ilegitimidade do regime Nicolás Maduro”, afirmou o comunicado.

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Países do ICG

O Grupo Internacional de Contatos para a Venezuela  foi lançado em 7 de fevereiro no Uruguai. O objetivo da fundação do ICG foi o auxílio na crise humanitária enfrentada na Venezuela.

O estados-membros da União Europeia (UE) que estão no grupo são:

  • França;
  • Alemanha;
  • Itália;
  • Holanda;
  • Portugal;
  • Espanha;
  • Suécia;
  • e Reino Unido.

Os membros da América Latina no ICG são:

  • Bolívia;
  • Costa Rica;
  • Equador;
  • e Uruguai.

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Possível guerra civil na Venezuela

O ministro do GSI também afirmou que “não é difícil” que a situação da crise política na Venezuela transforme-se guerra civil.

Segundo Heleno, o fato não ocorreu ainda pois a relação de forças é desigual. Maduro possui maior apoio das forças armadas do que a oposição, liderada por Guaidó.

“O venezuelano que tem algum recurso ou que tem capacidade de se movimentar quer sair dali, ele não quer deixar os seus filhos numa situação de guerra civil. Não chegou a esse ponto, mas do jeito que está, não é difícil de evoluir para uma guerra civil“, declarou o ministro.

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“Talvez não tenha evoluído pela desigualdade de forças entre os dois lados. Tem um lado que está apoiado pelas forças armadas, e o outro lado está vivendo de manifestação tipo torcida do Flamengo. Então, é uma briga muito desigual”, completou Heleno.

Ainda de acordo com o ministro do GSI, uma das causas que explicam o apoio que Maduro tem das forças armadas venezuelanas é o fato de ter criado muitos postos de general.

“Então isso foi o que ele [Maduro] utilizou para ter esses generais ao seu lado. Distribuiu a economia para os generais, economia lícita e economia ilícita, e passou a viver desse apoio. O Maduro depende fundamentalmente desse apoio”, opinou o Heleno sobre a Venezuela.

Amanda Gushiken

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