Bradesco (BBDC4) tem queda de 2,8% no lucro no 4T21, para R$ 6,613 bilhões
O Bradesco (BBDC4) fechou o quarto trimestre de 2021 com lucro líquido recorrente de R$ 6,613 bilhões, retração de 2,8% no comparativo anual. A informação foi divulgada no balanço do banco, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta terça (8) após o pregão.
O lucro recorrente do Bradesco foi de R$ 26,2 bilhões no acumulado de 2021, cifra cerca de 35% maior do que o banco lucrou no acumulado de 2020.
“2021 foi um ano desafiador, marcado pela consistente recuperação de resultados em meio a um cenário de incertezas globais, elevação das taxas de juros e altas na inflação. Bom desempenho das receitas com a margem financeira com clientes e prestação de serviços, aliadas às menores despesas com PDD e controle dos custos, contribuíram para o forte crescimento de 35% do lucro no ano, superando períodos anteriores”, comenta a administração do banco.
Os analistas do mercado financeiro esperavam um lucro de R$ 6,89 bilhões para o Bradesco no 4T21, com possibilidade de retração nos papéis da empresa no próximo pregão.
O resultado do quarto trimestre veio em linha, porém com as projeções de sete casas consultadas pelo serviço Prévias Broadcast (BTG Pactual, Bank of America, Itaú BBA, Credit Suisse, Citi, Goldman Sachs e Inter), que apontava para lucro líquido recorrente de R$ 6,92 bilhões no período.
O lucro do banco ficou 4,5% abaixo dessa estimativa. O Prévias Broadcast considera que o lucro veio em linha com o esperado, quando o resultado fica até 5% acima ou abaixo da média das projeções.
Com o número, a companhia teve um payout de 44% em 2021, com um montante de R$ 9,2 bilhões em dividendos. O Índice de Basileia do banco foi de 15,8%, alta de 0,6 ponto percentual no trimestre.
“Destaque para o bom desempenho do financiamento de veículos, crédito consignado, financiamento do cartão de crédito, crédito pessoal, capital de giro e conta garantida, beneficiados pela retomada da atividade econômica”, relata o banco sobre o seu desempenho no 4T21.
“Além disso, a taxa média da margem de clientes melhorou pelo segundo trimestre consecutivo, tanto pelo maior resultado da margem de passivos sensíveis a spreads quanto pela melhora dos spreads e mix de produtos nas operações de crédito”, segue.
No acumulado do trimestre foram R$ 821,7 bilhões na carteira de crédito expandida, número que representa alta de 18% nos últimos 12 meses e 5% no último trimestre.
Além disso, a margem financeira com clientes subiu quase 12% no comparativo trimestral, o spread foi de 9,1%, com melhora pelo segundo trimestre consecutivo.
As receitas de prestação de serviços superaram a marca de R$ 8,9 bilhões no trimestre, o maior resultado da série histórica. O banco considera “excelente” o desempenho das receitas com rendas de cartões, operações de crédito e conta corrente.
“Mesmo com o efeito do acordo coletivo ocorrido em setembro de 2021 (correção de 10,97%) e da alta inflação acumulada em 12 meses (IPCA 10,1% e IGP-M 17,8%), as despesas operacionais permaneceram estáveis em relação ao ano de 2020, evidenciando as ações da Administração na gestão eficiente de custos”, diz o Bradesco sobre a sua gestão de custos.
Bradesco mira 14% de alta em carteira de crédito
Para 2022, o banco projeta um guidance com alta de 10% a 14% da sua Carteira de Crédito Expandida, além de 8% a 10% do crescimento de margem com clientes.
Ao mesmo tempo, o banco prevê um aumento dos custos em até 7%, considerando despesas pessoais e administrativas.
Por fim, a administração projeta um crescimento do Resultado das Operações de Seguros, Previdência e Capitalização. A estimativa é que neste ano o banco tenha um crescimento de até 23% nesse segmento.
Dividendos do BBDC4
Sem anunciar novos proventos, o banco destacou o próprio payout para os acionistas de BBDC4 e frisou a “manutenção de níveis elevados do índice de basileia.
O banco se considera bem acima dos limites regulatórios “mesmo com o aumento dos ativos ponderados pelo risco (RWA), dado o forte crescimento da carteira de crédito e pagamento de juros sobre o capital próprio e dividendos do Bradesco“.
Foram R$ 8,1 bilhões pagos em dividendos pelo Bradesco em 2021, com R$ 2,6 bilhões somente no 4T21.
Com informações do Estadão Conteúdo