Radar: Venda de ativos da Oi (OIBR3) em risco, Gol (GOLL4) fecha acordo bilionário, BR Malls (BRML3) volta a negociar com Ancar
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pode anular a aprovação da venda da Oi Móvel (OIBR3) para as operadoras Claro, TIM (TIMS3) e Telefônica (VIVT3), de acordo com apuração do O Globo com fontes da própria agência.
A decisão da última terça-feira (1º) pode não ter validade legal. Ou seja, a compra de R$ 16,5 bilhões deve ser considerada nula.
A Anatel ainda não estabeleceu uma data para o Conselho Diretor se reunir sobre a revisão da venda da Oi Móvel. Mas, de acordo com informações do jornal O Globo, o processo irá atrasar e pode ser concluído somente depois do primeiro trimestre de 2022 — inviabilizando portanto o prazo marcado pela Justiça do Rio de Janeiro para encerrar a recuperação judicial da empresa.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda vai concluir a análise da negociação. Fontes ouvidas pelo jornal afirmam que as empresas de telecomunicações já mandaram uma nova proposta ao órgão, para tentar impedir que o negócio seja rejeitado.
O que fez a Anatel reavaliar a decisão que aprovou a venda dos ativos da Oi? Houve uma série de complicações, começando pela reunião marcada para tratar o assunto da empresa de telefonia, em 28 de janeiro.
O conselheiro Emmanoel Campelo, atuando como presidente interino da agência, precisava ter convocado a superintendente mais antiga, Elisa Leonel, para presidir a sessão. Mais: na reunião do dia 31 de janeiro, o conselheiro deveria ter chamado Wilson Diniz Wellisch, que já estava na condição de presidente interino da Anatel.
Além disso, a segunda reunião da Anatel havia sido suspensa após um pedido feito pelo conselheiro Vicente Bandeira de Aquino Neto, adiando a discussão para 10 de fevereiro. O encontro acabou sendo convocado no dia 1º por Campelo, quando o processo foi aprovado por unanimidade.
Com essas informações, a Copel Telecom enviou à Anatel um pedido para anular a reunião que aprovou a venda de ativos móveis do grupo Oi para Tim, Claro e Vivo. A Copel, também interessada no negócio, utiliza como principal argumento a validade da convocação do conselheiro Campelo. A companhia questiona se ele poderia ter presidido as sessões que levaram ao aval da operação.
Conforme apurações feitas pelo Broadcast, os membros da Anatel avaliam internamente sobre a situação com Campelo: ao se colocar como presidente, assumiu o controle da agência. Desta forma, existem agora riscos jurídicos pelas decisões tomadas pelo órgão sobre a venda da Oi. Os conselheiros se reuniram com o presidente Wellisch e comentaram que seria necessário assinar um despacho informando claramente que Emmanoel não poderia responder pela agência no caso de vacância do atual presidente.
Com a notícia, divulgada no final da tarde desta segunda (7), as ações da Oi derreteram: OIBR4 caiu 3,41%, cotadas a R$ 1,70, e a OIBR3 desabou 10,38%, a R$ 0,95.
Além de Oi, veja as notícias que movimentaram o noticiário nesta segunda:
Gol (GOLL4) fecha acordo de R$ 1 bilhão com American Airlines (AALL34)
- A Gol (GOLL4) fechou um acordo para expansão de cooperação comercial com a American Airlines (AALL34) que prevê um investimento de US$ 200 milhões.
- A cifra será paga pela American Airlines em troca de 22,2 milhões de ações preferenciais da Gol, negociadas sob o ticker GOLL4, em um novo aumento de capital ainda a ser feito. O aumento prevê uma participação de 5,2% no capital social da companhia.
- O fechamento da transação com a Gol, incluindo a emissão e pagamento de novas ações preferenciais da GOL, está sujeito às condições habituais de fechamento, incluindo aprovação antitruste no Brasil, segundo o comunicado arquivado pela companhia aérea na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- Ou seja, a transação ainda deve ter de precisa contar com o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica no Brasil (Cade).
- A empresa já havia anunciado em setembro de 2021 que iria expandir o acordo de compartilhamento de voos com a American Airlines, tornando-o exclusivo pelos próximos três anos, e que a companhia aérea americana faria um investimento de US$ 200 milhões na empresa via compra de ações.
- O acordo expande os termos da parceria firmada entre as duas empresas em fevereiro de 2020, aumentando as oportunidades de viagens aos seus passageiros, assim como melhorando a experiência do cliente e a posição competitiva da Gol nas rotas que conectam as Américas do Sul e do Norte.
- Os voos da parceria operam nos centros da Gol no Aeroporto de Guarulhos (SP) e no Aeroporto do Galeão (RJ), integrando 34 opções de rotas brasileiras e internacionais.
BR Malls (BRML3) volta a negociar com Ancar, diz site; veja o que está em jogo na operação
- Após a tentativa de fusão com a Aliansce (ALSO3), que não deu certo, a BR Malls (BRML3) voltou a negociar com a Ancar Ivanhoe, segundo o portal Pipeline.
- A Ancar Ivanhoe é uma empresa do ramo de administração de shopping centers, detida pela Ivanhoe, do fundo canadense CDPQ, e a família Carvalho. Em 2020, a BR Malls e a empresa tentaram negociar uma fusão parcial das operações, mas, sem sucesso.
- De acordo com as fontes do portal, a negociação estaria centrada numa cisão do portfólio de 24 shoppings da Ancar, para que a BR Malls absorva cinco ou seis entre os melhores empreendimentos. Na troca, a BR Malls cederia participação acionária.
- O negócio equivaleria a R$ 2,5 bilhões, considerando os shoppings mencionados, e renderia 25% de participação na BR Malls à Ancar Ivanhoe. As negociações ainda são preliminares, segundo o Pipeline, e não há qualquer compromisso entre as partes.
- Na Ancar, a família Carvalho e a Ivanhoe possuem 50% de participação cada. Já nos shoppings, a Ivanhoe detêm 80% de participação: em média. “(…) essa composição pode ser determinante para o negócio avançar, considerando que o CDPQ já deu sinalizações anteriores de que busca liquidez nessa posição”, indica a matéria.
Hapvida (HAPV3) e NotreDame (GNDI3) preveem novas sinergias no período de 3 anos
- A empresa combinada entre a Hapvida (HAPV3) e a NotreDame Intermédica (GNDI3), fruto da fusão que foi aprovada recentemente pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), já prevê novas sinergias que serão capturadas no prazo de de três anos. Em teleconferência, apresentada nesta segunda-feira (7), os diretores das duas companhias falaram sobre as perspectivas futuras.
- Na análise do CFO da GNDI, Marcelo Moreira, e do presidente da Hapvida, Jorge Pinheiro, a combinação das empresas vai ter uma abrangência nacional muito maior e, por esse motivo, existe a intenção de sinergias com outros segmentos do setor. Além disso, a lista de futuras aquisições da NotreDame é extensa e já está no pipeline da Hapvida.
- Questionado durante a teleconferência, Moreira disse que no prazo de três anos novas sinergias serão capturadas. “Pensando um pouco mais para frente, no período de três anos, à medida que as duas companhias se aprofundam nessa integração, novas sinergias serão capturadas, com certeza”. Pinheiro acrescentou ainda que vê “muitas oportunidades”.
- No atual momento o foco é naquelas que vão trazer resultados no curto prazo mas, as companhias seguem de olho em outras que poderão beneficiá-las no longo prazo.
- “Vemos muitas oportunidades em terceirização, em consultorias, assessorias, sistemas, materiais e etc. Claro que ainda não houve tempo hábil, mas são oportunidades que poderão se materializar. Essa é outra beleza da combinação: as oportunidades são gigantes. Mas estamos focando agora naquelas que trazem resultados no curto prazo, porém os comitês estarão mapeando outras que nos trarão benefícios no longo prazo.”
- Para Pinheiro, a fusão vai proporcionar ao brasileiro serviços e preços melhores, uma vez que esses estão “ansiosos” por planos de saúde.
- “A nossa razão de ser é exatamente a acessibilidade. Nós (Hapvida e NotreDame) não necessariamente estávamos nos enfrentando como empresas em termos de preços e de custos. Nosso objetivo é crescer no mercado, o que não quer dizer que porque estamos juntos vamos ficar mais caros, mas pelo contrário, por estarmos juntos vamos gerar mais eficiência e essa eficiência se traduz em melhores preços para o consumidor”, disse o presidente da Hapvida.
Itaú (ITUB4) lança primeiro produto focado no metaverso: o COE Autocall Metaverso
- A partir desta segunda-feira (7), está no ar o Certificado de Operações Estruturadas (COE) Autocall Metaverso, primeiro produto de investimento desenvolvido pelo banco Itaú (ITUB4) com foco em empresas com soluções voltadas a esse novo ambiente do mundo virtual.
- De acordo com o Itaú, o COE Autocall Metaverso é direcionado a investidores em geral e permite aplicações a partir de R$ 5 mil com prazo de vencimento em até cinco anos.
- “Estamos num momento de mercado oportuno para as empresas que já estão preparadas para oferecer soluções no ambiente do metaverso”, diz Claudio Sanches, Diretor de Produtos de Investimento e Previdência do Itaú Unibanco.
- Para selecionar as empresas que entrariam no COE Itaú Metaverso, o banco realizou 50 simulações, considerando 11 empresas com negócios relevantes no metaverso e que apresentaram menor nível de correlação com melhores recomendações, que são. São elas:
- Roblox: Plataforma que permite a criação de universos multiplayers em que os usuários podem acessar, explorar, interagir e jogar.
- Intel: Uma das empresas líderes no setor de tecnologia, que atua com a produção de chips e processadores, inovação e dados.
- Matterport: Empresa líder em digitalização espacial, oferece ferramentas para mapear espaços físicos e compartilhar o layout na nuvem.
- Meta Platforms: Tem como objetivo a expansão do metaverso, atuando com diversas empresas para construir uma experiência imersiva no ambiente virtual. É controladora do Facebook, Instagram, Whatsapp, Messenger e Oculus.
- “O COE é uma boa porta de entrada e um caminho adequado para quem está disposto a diversificar os seus investimentos nesse novo segmento, pois oferece a possibilidade de rentabilidade da renda variável com a segurança da renda fixa, o que significa que o capital estará protegido independente da performance das ações”, diz Sanches.
Meta ameaça interromper funcionamento do Facebook (FBOK34) na Europa
- A Meta, holding dona do Facebook (FBOK34), está ameaçando deixar o continente europeu.
- Há possibilidade de que as redes sociais criadas pela companhia, como o Facebook e Instagram, parem de funcionar no território.
- Setores da indústria acreditam que a movimentação é vista como um blefe, apesar do relatório enviado pela empresa à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador e fiscalizador dos Estados Unidos, correspondente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- A perspectiva de que a empresa possa bater em retirada do continente ocorre por causa de uma recente lei que impede e até restringe que dados gerados na União Europeia sejam armazenados, processados e compartilhados por meio de servidores estrangeiros. Ou seja, a Meta não teria como acumular os dados dos usuários, pois seus servidores estão nos Estados Unidos.
- Todo o processo de armazenamento de dados precisa de acordos internacionais firmados entre nações. O acordo mais recente com os Estados Unidos e a União Europeia não foi aprovado pela Justiça do bloco econômico. De acordo com os juízes do caso, o país não protege a privacidade dos europeus apropriadamente, uma vez que as agências do governo norte-americano conseguem solicitar dados dos cidadãos sem o conhecimento deles.
- A companhia acredita ser essencial a utilização de dados cruzados entre regiões e serviços, para facilitar a personalização de anúncios de marketing e outros negócios paralelos.
- A nova legislação da União Europeia prejudicaria tanto a parte técnica quanto financeira da empresa, o que a levou Meta a considerar a saída das redes sociais no bloco europeu.
- “Se não estivermos aptos a transferir dados entre continentes ou regiões em que operamos, ou se houver restrição em compartilhar dados entre nossos produtos e serviços, isso pode afetar a habilidade de garantir nossos serviços (…) Nós possivelmente podemos ser impedidos de oferecer uma quantidade de nossos serviços e produtos mais significativos na Europa, incluindo Facebook e Instagram”, diz o documento.
Arezzo (ARZZ3) avançará em aquisições após oferta de R$ 830 milhões, diz jornal
- A Arezzo (ARZZ3) deve negociar um total de cinco novos ativos após uma captação bem sucedida com o seu follow-on, segundo informações apuradas pelo jornal Valor Econômico.
- O Follow-on da Arezzo rendeu R$ 830 milhões ao caixa da companhia, que tem foco vestuário feminino premium.
- “Temos interesse em negócios de marcas autorais para criar uma house of brands [grupo de marcas] e não ter uma rede única”, disse Alexandre Birman, CEO da Arezzo&Co.
- Dentre as marcas que ficam debaixo do guarda-chuva estão Arezzo, Schutz, Alexandre Birman, Reserva, Carol Bassi (vestuário feminino), Vans e Baw Clothing (moda streetwear).
- Mostrando um ritmo acelerado de aquisições, as quatro últimas foram aquisições concluídas entre 2019 e 2021, somando uma cifra de R$ 1 bilhão no total.
- A estratégia foi adotada após a empresa seguir em mais de 45 anos de expansão orgânica – que também deve receber aporte do recurso captado pelo follow-on. Vale lembrar que a empresa está na bolsa há cerca de 11 anos e completa 50 anos ainda em 2022.
Da Oi a Arezzo, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.