Santander (SANB11): resultado do 4T21 veio fraco, diz XP; mas Safra vê pontos positivos

Os resultados do Santander (SANB11) do quarto trimestre de 2021 vieram mais fracos e abaixo do esperado pelo mercado, segundo análise da XP. O Banco Safra concorda com a análise, mas destacou pontos positivos no balanço divulgado nesta quarta (2).

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De acordo com a XP Investimentos, o lucro líquido gerencial foi de R$ 3,88 bilhões, mas o consenso era de R$ 4,2 bilhões, com os ativos com qualidade mais baixa. Já a Margem Financeira Bruta (NII) veio dentro do esperado, impulsionada principalmente pelas linhas de varejo.

O banco de investimentos espera uma reflexão negativa nas ações do Santander nesta quarta-feira (2) e reitera a recomendação de venda com o preço alvo de R$ 36,0.

Os analistas Renan Manda e Matheus Odaguil, da XP, destacaram três aspectos do resultado corporativo do Santander:

Sobre a qualidade, o banco de investimentos explica que o índice de cobertura do Santander caiu 33 p.p. no trimestre e 73 p.p. anualmente . Isso ocorreu porque o banco realizou poucas provisões, enquanto a taxa de inadimplência aumentou 30bps na comparação trimestral e 60bps, na anual.

“Considerando o cenário macroeconômico mais desafiador no curto prazo, acreditamos que o banco pode ter que aumentar as provisões ao longo de 2022 à medida que a inadimplência aumentar, impactando a rentabilidade, apesar da potencial expansão da carteira de crédito”, afirmam os analistas.

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Já o índice de rentabilidade do 4T21 foi mais fraco, com o Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) do banco caindo 211 bps contra o trimestre anterior, de 20%. A XP também menciona que o spread (NIM) foi mais pressionado em 6,7% (-30 bps T/T e +66 bps A/A) pela menor margem financeira bruta no trimestre.

Já a carteira de crédito teve aumento de 12% sobre o mesmo período de 2020 e 3% ante o terceiro trimestre de 2021. Esse impulso veio especialmente dos segmentos mais rentáveis, como PF e PMEs.

No segmento de pessoas físicas, os principais destaques foram cartão de crédito, crédito pessoal e crédito imobiliário. “Considerando o crescimento da carteira de crédito mais expressivo nas linhas de varejo, acreditamos que o perfil de mix mais arriscado pode ser pressionado em um cenário macroeconômico mais desafiador”, diz o texto.

Destaques positivos do resultado do 4T21 do Santander

Já o Banco Safra não vê com tanto pessimismo os resultados trimestrais do Santander. “Os resultados do Santander Brasil no 4T21 foram mais fracos do que nossas expectativas, mas não necessariamente ruins nas principais linhas. A fraqueza diante das nossas estimativas veio da margem com o mercado e de despesas operacionais, que são mais voláteis em base trimestral”, afirma a avaliação.

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O Safra acredita que a receita e as tarifas foram os principais destaques positivos do balanço. O banco gerou R$ 18,8 bilhões de receita com serviços bancários e tarifas no acumulado de 2021 – sendo R$ 4,9 bilhões no 4T21. As receitas com cartões atingiram R$ 4.981 milhões no ano, alta de 30,1%, em função do crescimento de 28% do faturamento de crédito e expansão da base de clientes ativos – que cresceu em 18%.

O volume de empréstimos e a qualidade do crédito se mantiveram em bons níveis, na opinião dos analistas. Eles acreditam que o Santander ainda é um banco bem posicionado para entregar a maior rentabilidade em 2022 entre os bancos no Brasil, com ROAE de 20,8%.

A recomendação do Safra sobre as ações do Santander é de compra, com preço alvo de R$ 51 por unit, com P/L 2022 de 7,1x, abaixo dos maiores pares privados (8,1x em média).

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Confira as oportunidades e os riscos das ações SANB11

As oportunidades e benefícios escalados pelo Safra são:

  • Melhora na lucratividade em uma estratégia bem-sucedida orientada para o cliente;
  • A estratégia de crescimento orgânico parece estar trabalhando a favor da melhoria da participação de mercado de algumas linhas de negócios (como cartões e crédito);
  • Como consequência, o banco registrou importante evolução na receita de serviços (na maioria de suas linhas de negócios);
  • O Santander registrou uma melhora significativa na renda líquida com juros, o que é uma combinação de aumento de spreads e ligeiro aumento de volume;
  • Melhor qualidade dos ativos deve permitir que a melhoria da rentabilidade permaneça sustentável;
  • Ganhos de eficiência e controle de custos também permitem que o Santander acelere os lucros;
  • Escala global.

E os riscos:

  • A diferença de lucratividade pode diminuir em comparação sos pares, “mas acreditamos que é improvável que desapareça”, diz o relatório do Safra;
  • A avaliação das ações parece esticada e o Santander está sendo negociado no múltiplo P/L mais alto da indústria.

Cotação do Santander

Às 14h, a unit do Santander opera em queda de 3,57%, cotada a R$ 31,56. Nos últimos 12 meses, as ações acumulam queda de 19,05%.

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Victória Anhesini

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