Shein retoma planos para realizar IPO nos Estados Unidos em 2022
A Shein, empresa de moda que avança no mercado brasileiro, está planejando realizar oferta pública de ações (IPO) nos Estados Unidos.
A companhia já tinha negado os rumores em junho do ano passado, mas. de acordo com fontes da Agência Reuters, o fundador da empresa, Chris Xu, pretende adquirir cidadania de Singapura para contornar as regulamentações chinesas sobre listagem no exterior.
Não há informações sobre o quanto a Shein pretende levantar com a oferta, assim como não foi divulgada nenhuma data para a operação.
Para a realização de IPO de qualquer empresa chinesa em listagens internacionais, a CSRC (Regulador de valores mobiliários da China) deve avaliar e aceitar a proposta, além de verificar se as companhias estão cumprindo ordens relevantes nas áreas de investimento estrangeiro, cibersegurança, entre outros aspectos. As regras foram divulgadas em dezembro de 2021.
Se a Shein conseguir oficializar a oferta, seria a primeira grande operação de uma chinesa nos EUA desde julho de 2021, quando os reguladores da China passaram a fiscalizar mais intensamente as listagens no exterior.
Fontes ouvidas pela agência de notícias afirmaram que a varejista está alinhada com Bank of America, Goldman Sachs e o JPMorgan para auxiliar o IPO.
A Shein foi obrigada a engavetar a oferta em 2020, quando os Estados Unidos e a China começaram a travar uma guerra comercial e as condições de mercado já não eram mais favoráveis.
Sediada em Nanjing, a companhia é uma das maiores varejistas online de moda do mundo. Seu maior mercado está nos Estados Unidos, mas em 2021, a Shein começou a marcar presença mais intensamente no mercado brasileiro.
A varejista faz entregas para clientes de 150 países e territórios a partir de seus muitos centros de estoque, de acordo com seu site.
A empresa faturou aproximadamente US$ 15,7 bilhões em 2021, especialmente após a pandemia impulsionar o comércio online, conforme fontes da Reuters. A avaliação da companhia era de cerca de US$ 50 bilhões de dólares no início de 2021, acrescentaram.
Fast fashion vs. artistas independentes
Em agosto de 2021, a Shein foi acusada de roubar mais de 45 designs originais da marca homônima de Bailey Prado, estilista independente norte-americana, com base na Califórnia.
Em seu site, a marca é descrita como uma etiqueta de “luxo moderna com foco em têxteis e crochê manual”. O valor das peças vão até US$ 300, mas 45 modelos extremamente parecidos estavam sendo comercializados pela varejista chinesa por até US$ 20.
Ao ser entrevistada pela revista Dazed sobre o ocorrido, a estilista afirma que uma de suas seguidoras a avisou sobre o ocorrido. “Ela me mandou o link para os novos produtos deles, eu comecei a ver as novidades e percebi que era toda uma coleção copiando as minhas peças”, disse ela à Dazed. Bailey já tem sua marca há três anos e foram gastas inúmeras horas para a criação de suas roupas, que são feitas manualmente.
Não é incomum que grandes empresas de fast fashion copiem artistas emergentes ou utilizem imagens para estampas que não são originais em suas coleções. No caso de Bailey, ao postar no Instagram da marca o que havia acontecido, a resposta da Shein foi retirar apenas dez modelos que foram mencionados inicialmente. Mas a companhia decidiu manter os outros.
Esta também não foi a primeira vez que a Shein foi acusada de plágio. A ilustradora portuguesa Lara Luís denunciou o roubo de ilustrações originais da artista sendo usadas como estampas em camisetas e vendidas por apenas € 6.