O tão sonhado automóvel zero fica cada vez mais distante do brasileiro
Carro 0KM
Sair de carro novo de uma concessionária vem se tornando um sonho inviável a um número cada vez maior de brasileiros
Há quatro anos atrás, 28 salários mínimos eram suficientes para comprar um automóvel
Hoje não se adquire um zero quilômetro por menos de 40 salários mínimos.
Isso porque o salário mínimo, com alta de 27%, não conseguiu acompanhar o salto três vezes maior no período (83%) do preço do carro mais barato do mercado
Hoje o caro mais barato é o subcompacto Kwid, da Renault, que custa R$ 48,8 mil.
Dados do jornal O Estado de S.Paulo, juntamente com a consultoria Jato Dynamics, oferecem um retrato do abismo entre a renda e o preço dos veículos
Os dados revelam também em números como a transição dos carros compactos a modelos maiores, tanto em tamanho quanto em conteúdo tecnológico, mudou o curso de um produto que vinha, por muito tempo, tornando-se mais acessível
As montadoras decidiram se voltar nos últimos cinco anos a um público de maior poder aquisitivo, investindo em modelos maiores – especialmente utilitários esportivos (SUVs) e picapes.
O resultado é que modelos populares estão sendo aposentados – entre eles, o Uno e, futuramente, o Gol.
Enquanto os carros que seguem no mercado estão sendo vendidos, na média, por mais de R$ 120 mil.
Com isso, o brasileiro precisa trabalhar três vezes mais do que o americano para conseguir comprar um automóvel, se considerado o salário mínimo de cada país.
Nos Estados Unidos, o modelo mais barato é o Chevrolet Spark, que em sua versão mais básica custa US$ 13,6 mil, ou 12 salários mínimos de um trabalhador de lá com jornada de 40 horas semanais