Eletrobras (ELET3) marca assembleia para votar privatização
A Eletrobras (ELET3) definiu a data para a sua próxima Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para dia 22 de fevereiro.
Na ocasião, a Eletrobras deve discutir medidas para viabilizar a privatização da empresa, separando os ativos que não serão objeto da capitalização que está prevista para ocorrer no segundo trimestre deste ano.
A companhia ressalta que a operação na B3 (B3SA3), porém, ainda depende da aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU).
Na AGE será votada a reestruturação societária da Eletrobras, para manter sob o controle da União, via Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar), direto ou indireto, na Eletronuclear e na usina hidrelétrica binacional de Itaipu.
Também passará pela avaliação dos acionistas o preço estipulado para Itaipu, de R$ 1,2 bilhão, e as condições para que a ENBPar assuma a Eletronuclear e outros programas do governo que não vão ser privatizados, como o programa de revitalização do rio São Francisco, o Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel) e o programa de redução de custos da energia elétrica na Amazônia Legal.
No dia 11 de janeiro, a estatal informou que pretende protocolar na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a U.S. Securities and Exchange Commission (SEC) um pedido de registro de follow-on — oferta pública global de distribuição de ações e American Depositary Receipts (ADR) –, no segundo trimestre de 2022.
A oferta citada pela elétrica faz parte do plano de privatização da Eletrobras.
A emissão de ações da Eletrobras busca reduzir a participação da União no capital da empresa para 45%, considerando as ações com direito a voto.
Atualmente a União possui uma participação de 72% no capital social da companhia.
A quantidade de ações ordinárias e de ADRs que serão ofertadas, assim como a faixa indicativa de preço, ainda não foi determinada. A oferta precisa ser aprovada pelos seus acionistas e órgãos competentes.
Privatização da Eletrobras impulsionará investimentos, diz presidente
Segundo fala do presidente da Eletrobras , Rodrigo Limp Nascimento, um dos principais motivos para o processo de capitalização da companhia é ampliar a sua capacidade de investimentos.
O executivo destaca que o planejamento estratégico da estatal prevê que a Eletrobras, sem a capitalização, poderá investir cerca de R$ 95 bilhões até 2035.
“No horizonte com a capitalização, esses investimentos chegam à ordem de R$ 200 bilhões”, disse Nascimento, em audiência pública virtual sobre o processo de desestatização promovida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Plano de Investimento
O Plano Diretor de Negócios e Gestão 2022-2026 da estatal foi divulgado no fim de 2021, em meados de dezembro – com grande enfoque na desestatização.
Além disso, entre as metas para 2022, a elétrica inclui expansão de geração 164 megawatts (MW) e de 193 quilômetros na expansão de transmissão. Além disso, também para o ano que vem, a empresa pretende ter receita oriunda de outros negócios de 3,47% em relação a receita recorrente.
Entre as diretrizes estratégicas, a Eletrobras pretende:
- Multiplicar a geração de valor e ampliar a capacidade de investimento;
- Criar valor pelo aumento da eficiência dos ativos de Geração & Transmissão (G&T) e consolidar a liderança no segmento, com foco em energia limpa;
- Liderar a comercialização com margens atrativas e eficiência na gestão dos riscos;
- Investir em novos negócios com foco em energia, participando da consolidação do setor.
A meta da Eletrobras é estar entre as Top 3 do IEE (Índice de Energia Elétrica) da bolsa brasileira.
O que é a ENBpar?
Conforme o plano da privatização, a ENBPar foi ativada no dia 5 de janeiro, sendo uma companhia vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME). A nova estatal será utilizada para viabilizar a privatização e receber os ativos estatizados.
As políticas públicas que ficarão a cargo da ENBPar são a universalização de energia elétrica (Luz Para Todos), Mais Luz para a Amazônia, contratos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfra) e ações do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
A empresa também será responsável por bens da União sob administração da Eletrobras e contratos do Fundo Reserva Global de Reversão, assinados antes de 17 de novembro de 2016 e que estavam sob a administração da Eletrobras.
Segundo nota do MME sobre a ativação da estatal, o CEO da ENBPar será Ney Zanella dos Santos.
O executivo é vice-almirante da Marinha, presidente do Conselho de Administração da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A (NUCLEP) e atuava, no passado, como assessor especial de Gestão Estratégica da pasta.
Cotação de ELET3
As ações ordinárias da Eletrobras sobem 1,5% nos últimos 30 dias, com cotação de R$ 33,45 dos papéis ELET3.
Desde o início de 2022, as ações da Eletrobras já sobem 2,5%, ante alta de 6,8% na janela de 12 meses.
Com informações do Estadão Conteúdo