Ex-presidente do BC teme que reforma da Previdência seja muito modesta

O ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, afirmou que teme que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência que pode ser aprovada pelo Congresso Nacional seja muito “modesta“. Caso isso ocorra, na visão do economista, pode ser necessária a realização de uma nova reforma em alguns anos.

“Meu medo é que ela [reforma da Previdência] seja feita de uma forma muito modesta. E se tenha que fazer outra”, afirmou o ex-presidente do BC em evento no think tank Instituto Fernando Henrique Cardoso (FHC).

“Minha expectativa com relação a reforma da Previdência é que ela vai sair meio ‘aguada‘ como a maioria das pessoas acham […] Do ponto de vista macroeconômico, isso não é bom. A reforma deveria gerar de 2 a 2,5% no PIB [Produto Interno Bruto]”, opinou Fraga.

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No evento focado no debate do “Estado e a desigualdade no Brasil“, o economista defendeu “gastar mais com pobres e jovens, e menos com ricos e velhos. Mais com educação, saúde, saneamento, segurança, transporte, e menos com pessoal e Previdência“.

Armínio Fraga argumentou que ajustes nos gastos previdenciários são requeridos “não apenas por questões de natureza fiscal, mas também de deficiência do Estado. E no caso da Previdência, de [questões de] injustiça distributiva também”.

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Além disso, o economista também comentou os altos juros cobrados pelos bancos no Brasil, comparando com os juros que empresas pagam ao fazer empréstimos com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Os que tomam dinheiro do BNDES tomam dinheiro barato, baratíssimo. E quem toma dinheiro emprestado, que é a maioria da população, paga juros loucos“, declarou o economista.

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Previsão de economia com reforma da Previdência sobe

A previsão da economia com a aprovação da PEC da reforma da Previdência foi revisada. Desta forma, aumentou de R$ 1,16 trilhão para R$ 1,23 trilhão. As informações foram divulgadas pelo governo federal nesta quinta-feira (25) com a liberação dos dados que estavam sob sigilo.

Os valores consideram que a reforma da Previdência seja aprovada sem muitas alterações no texto enviado pelo ministério da Economia. A previsão da economia é para os próximos dez anos. O valor revisado é 15% maior do que os primeiros números divulgados, quando a PEC foi levada ao Congresso.

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Amanda Gushiken

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