IPCA, Selic, PIB, dólar: Itaú (ITUB4) revê previsões para 2022; veja o que preocupa no ano
Em relatório de janeiro sobre o cenário macroeconômico brasileiro, o Itaú (ITUB4) reviu previsões para os principais indicadores do País e reiterou outras.
Divulgado nesta segunda-feira (17), o relatório do Itaú muda as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB), o dólar, a taxa Selic e o IPCA ao final de 2022. Veja as principais análises:
PIB: desaceleração da economia com juros elevados
O Itaú reiterou a projeção de contração para o PIB brasileiro em 2022. De acordo com os analistas do banco, o PIB 2022 deve fechar negativo, em -0,5%, por causa dos juros elevados sobre a demanda agregada. A safra agrícola de 2022 e o setor de serviços também devem influenciar, segundo o relatório.
“A safra agrícola de 2022 tem sido revista para baixo principalmente em razão da falta de chuvas no sul do País e no Mato Grosso do Sul, o que reduz a chance do PIB no 1T22 ser significativamente positivo”, diz o documento.
Mais: “Há risco também de o consumo de serviços ser negativamente afetado no início do ano pelo surto recente de coronavírus”.
Dólar segue em alta com incertezas externas e domésticas
Em relação à estimativa para o dólar em 2022, o Itaú reiterou a taxa de câmbio em R$ 5,50.
“Mesmo com elevação da taxa Selic, o cenário global (com aumento da taxa básica de juros americana diante das pressões inflacionárias) e as incertezas relacionadas à evolução das contas públicas nos próximos anos impedem uma expressiva apreciação da moeda [brasileira] nos próximos anos”, diz relatório do Itaú.
Com isso, os analistas concluem que o real continuará em patamar historicamente depreciado ao longo de 2022, depois de ter terminado 2021 em R$ 5,57.
Selic: ciclo altista deve estar próximo do fim
A avaliação do mercado financeiro é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar a taxa Selic em mais 1,5 p.p., para 10,75% ao ano, conforme sinalizado em sua última ata.
Para o Itaú, a autoridade monetária encerrará o ciclo de alta de juros na reunião seguinte, em março, com elevação de 1,0 p.p., para o patamar terminal de 11,75% a.a.. Esse nível deve ser mantido ao longo de todo o ano.
O resultado desse última elevação será de “recuo das expectativas de inflação para 2023, desaceleração da atividade econômica e contando com os efeitos defasados da política monetária”, indica o relatório.
IPCA deve sinalizar desinflação em 2022
A inflação fechou o ano de 2021 em 10,06%. Os principais impactos no indicador foram os preços do combustível e da energia elétrica, com alta de 47,5% e 21,2%, respectivamente.
Já para 2022, o Itaú vê uma desinflação desses aumentos. A projeção é de que o IPCA feche o ano com elevação de 5%, no limite da meta estipulada pelo Banco Central. “A desinflação virá principalmente de itens comercializáveis e preços administrados“, indica o banco.
“A inflação de bens deve desacelerar com preços de commodities metálicas em reais ficando estáveis, trazendo alívio para inflação no atacado e varejo.” Além disso, com o crédito mais caro por causa da alta da Selic, a demanda por bens deve se reduzir e ajudar a ajustar os estoques das empresas, segundo o relatório do Itaú.