Balança comercial registra superávit de US$ 61,2 bi em 2021, maior da série histórica
O Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta sexta-feira (14) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que a balança comercial brasileira registrou o maior superávit da série histórica em 2021. No total, o valor de US$ 61,2 bilhões, US$ 10,8 bilhões a mais em relação ao saldo de 2020.
A corrente de comércio, que soma exportações mais importações, atingiu recorde de US$ 500 bilhões. O resultado aponta aumento de 34,2% nas exportações e de 38,2% nas importações em 2021, ante o ano anterior.
De acordo com os dados da FGV, a balança comercial mostrou aumento por meio das exportações e variação dos preços, que subiram 29,3%, enquanto o volume evoluiu apenas 3,2%. Já nas importações, o volume cresceu 21,9% e os preços aumentaram 13,1%.
As exportações de commodities tiveram participação de 67,7% nas exportações totais, mostrando expansão de 37,3% em valor. Os preços tiveram alta de 38,9%, contra recuo no volume de 1,8%. Já as exportações de não commodities cresceram 28,1%, resultado do aumento dos preços (12,4%) e do volume (13,5%).
Do mesmo modo, as importações de commodities elevaram sua participação na pauta de 7% para 8,5%, na passagem de 2020 para 2021. Essa alta foi associada a uma variação de 69,5% em valor, com aumento nos preços de 36,4% e no volume de 23%. No caso das não commodities, que explicaram 91,5% das compras externas do Brasil, a variação em valor foi de 35,8%, com aumento no volume de 22% e nos preços de 11,1%.
Conforme o Icomex, não é esperada uma nova onda de aumento nos preços das commodities no mercado internacional. Por outro lado, 2022 mostra uma cenário de incertezas, especialmente por conta dos efeitos da seca e da chuva em determinadas safras. Além disso, há menor ritmo de crescimento da China e de uma possível intensificação do uso de subsídios em alguns países, como Estados Unidos, em relação ao mercado de carne bovina. Preocupa também, no âmbito interno, a variação cambial no ano eleitoral.
O Icomex da FGV mostra que não ocorreram mudanças na composição da pauta brasileira. Os setores de agropecuária e extrativa registraram saldos positivos de U$ 46,6 bilhões e 62,8 bilhões, respectivamente, enquanto a indústria de transformação teve saldo negativo de US$ 45,3 bilhões. “A dependência de commodities primárias na geração de superávits torna o comércio exterior mais sujeito às flutuações de preços”, analisa o documento.
Por tipo de indústria, o comércio exterior brasileiro registrou aumento de 62,7% nas exportações da indústria extrativa. Isso ocorre pela alta de preços (59,7%) e de volume (1,3%). A participação da indústria nas exportações totais subiu de 23% para 28%, de 2020 para 2021. Minério de ferro e óleo bruto de petróleo concentraram 94% do total das vendas externas do setor, no ano passado. Os dois produtos tiveram variações, em valor, de 73% e 55,3%, respectivamente.
Já em relação aos destinos, a China continua liderando as exportações e importações brasileiras. Embora sua participação tenha recuado de 32,4% para 31,3%, em 2021 em comparação a 2020, as exportações para o mercado chinês aumentaram 29,4%. As importações também cresceram em valor (45,2%), com aumento de preços de 9,9% e de 22,5% no volume. O superávit subiu de US$ 33 bilhões para US$ 40,1 bilhões.
(Com informações da Agência Brasil)