O fundo Verde, de Luis Stuhlberger, teve seu 2º resultado negativo em 2021.  E conta por quê em carta

A segunda derrota do Verde

Nem o fundo Verde, da Verde Asset, um dos mais respeitados no mercado, conseguiu escapar do desempenho ruim da bolsa em 2021

O fundo conhecido pelo gestor Luis Stuhlberger fechou o ano de 2021 com o segundo resultado negativo anual de sua história: -1,13%, com o CDI atingindo 4,40%

O grande vilão do portfólio do Verde no ano foi a exposição em ações no Brasil. O fundo manteve uma exposição média comprada em torno de 27% no ano, e teve uma perda em torno de 21%

A decisão contava com a agilidade da vacinação ao longo do ano levando a reabertura da economia, com aceleração do crescimento e aperto gradual das taxas de juros pelo Banco Central

Mas a realidade foi diferente. Segundo a gestora, o mercado desandou no segundo semestre por causa da implosão do teto de gastos com a PEC dos Precatórios

A Verde diz que não acreditava na implosão do teto de gastos e no Brasil caminhando para uma taxa de juro real substancialmente acima de níveis de equilíbrio

 "O governo optou por outro caminho, o que levou as taxas de juros de longo prazo no país para níveis acima de 12%, contratando uma recessão para 2022 e afetando as taxas de desconto exigidas para qualquer ativo de risco no país", disse

A gestora de fundos argumenta que seu principal erro em 2021 foi "não conseguir defender a enorme deterioração do mercado de ações brasileiro"

"'No câmbio, o Real se desvalorizou, mas timidamente enfrentou o tamanho do aumento do prêmio de risco. Não tivemos sucesso em capturar essa tendência da moeda", justifica a carta

Embora o fundo tenha obtido dinheiro com juros no Brasil em 2021, os ganhos foram pequenos diante da perda no restante do portfólio

"O ano de 2022 começa com muitas incertezas, seja no cenário externo, onde vislumbramos o início de um crucial processo de aperto de política monetária nos EUA; seja no cenário interno, onde temos uma eleição presidencial e toda complexidade que isso envolve, em meio a uma forte desaceleração da economia. Com este pano de fundo, o Verde mantém posições compradas em ações em torno de 27.5% do portfólio (dos quais 23.5% no mercado local), posições tomadas em juros nos EUA e na Europa, alocação em juro real e inflação implícita no Brasil, e pequenas exposições compradas em rublo e petróleo"