IPCA: inflação oficial acumula alta de 10,06% em 2021

Com alta de 0,73% em dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano de 2021 com um acumulado de 10,06% na alta dos preços, acima das projeções não só do mercado financeiro, mas também da mediana do Boletim Focus, de 9,99%, conforme divulgado ontem.

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De acordo com dados anunciados pelo IBGE nesta terça-feira (11), trata-se da maior taxa acumulada no ano desde 2015, quando a inflação foi de 10,67%. Em 2020, o IPCA registrou alta de 4,52%.

Os valores vieram acima do esperado pelos especialistas. De acordo com as projeções do Refinitiv, a alta do IPCA em dezembro seria de 0,65%, acumulando inflação de 9,97% em 2021.

Com isso, a inflação do País no acumulado no ano ficou bem acima do teto da meta para 2021, que era de 5,25%. Quando isso acontece, o presidente do Banco Central divulga uma carta pública explicando as razões.

Segundo a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o IPCA poderia ficar entre 2,5% e 5,25% em 2021, para que os valores fossem cumpridos. Foi a primeira vez desde 2015 que a inflação oficial estourou o limite do sistema de metas.

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Vilões da inflação em 2021

O IPCA de 2021 foi influenciado principalmente pelo grupo Transportes, segundo o IBGE. Entre os agrupamentos, o conjunto teve a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 p.p.) no acumulado do ano.

“O grupo dos Transportes foi afetado principalmente pelo [preço dos] combustíveis”, explica o gerente do IPCA, Pedro Kislanov. “Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar”, diz.

Também teve destaque nos Transportes a alta nos preços dos automóveis novos (16,16%) e usados (15,05%).

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O vilão seguinte aos Transportes foi Habitação. A variação de Habitação no IPCA 2021 chegou a 13,05%, contribuindo com 2,05 p.p. no indicador de inflação.

Neste grupo, a principal contribuição (0,98 p.p.) veio da energia elétrica (21,21%), indica o IBGE. “Ao longo do ano, além dos reajustes tarifários, as bandeiras foram aumentando, culminando na criação de uma nova bandeira de Escassez Hídrica. Isso impactou muito o resultado de energia elétrica, que tem bastante peso no índice”, explica Kislanov.

Ele destaca, ainda, o item gás de botijão (36,99%), que subiu em todos os meses de 2021 e teve o segundo maior impacto no grupo, de 0,41 p.p.

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Grupos do IPCA em 2021

Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta em 2021. O aumento dos preços para cada um dos itens foi o seguinte:

  • Transportes: +21,03% ante 1,03% em 2020;
  • Habitação: +13,05 frente 5,25% em 2020;
  • Artigos de residência: alta de 12,07% ante 6,00% em 2020;
  • Vestuário: +10,31% contra recuo de 1,13% em 2020;
  • Alimentação e Bebidas: +7,94% ante 14,09% em 2020;
  • Despesas Pessoais: 4,73% frente 1,03% em 2020;
  • Saúde e Cuidados: 3,70% contra 1,50% em 2020;
  • Educação: 2,81% versus 1,13% em 2020; e
  • Comunicação: 1,38%, valor menor do que os 3,42% de 2020.

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Monique Lima

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