“Não existe estatal eficiente”, afirma secretário especial de Desestatização
O secretário especial de Desestatização e de Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou nesta terça-feira (23) que não há empresa estatal eficiente no Brasil. A fala foi dita no evento Itaú Macro Vision 2019, em São Paulo.
“Não existe estatal eficiente. E se é eficiente, como dizem que a Petrobras (PETR3) é, não precisa de monopólio. Se tem monopólio é porque é ineficiente e precisa da proteção do monopólio para sobreviver”, afirmou o secretário, no evento do Itaú Unibanco (ITUB4).
Mattar, um dos fundadores da Localiza Hertz (RENT3), também salientou a herança dos governos federais anteriores ao do presidente da República, Jair Bolsonaro: “Graças à inépcia, a irresponsabilidade dos governos da social-democracia, esse é o legado que ficou: uma dívida de RS 3,8 trilhões”.
Por outro lado, o secretário defendeu a gestão Bolsonaro: “Temos um governo absolutamente liberal na economia […] Nós podemos fazer muito nesses quatro anos. Não apenas aprovar a reforma da Previdência, mas de fato diminuir o tamanho do Estado, aumentar a competitividade e abrir o mercado. Temos o apoio incondicional do presidente para isso”.
“Nós não precisamos de um governo federal rico, nós precisamos de um governo federal forte. Com cidadãos ricos, com estados, prefeituras ricas”, opinou o crítico da social-democracia.
Desestatizações
O secretário listou as desestatizações que já ocorreram ou vem ocorrendo. Em adendo, elogiou o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que teria liderado as operações.
- Petrobras: venda da refinaria Pasadena, no Texas (EUA), para a Chevron S.A. (CHVX34);
- Petrobras: venda das distribuidoras do Paraguai;
- Petrobras: venda da TAG.
Saiba mais – Petrobras vende refinaria de Pasadena à Chevron
Prioridades do governo
Salim Mattar também listou as prioridades do governo Bolsonaro, em ordem decrescente:
- reforma da Previdência;
- cessão onerosa;
- capitalização da Eletrobras (ELET6);
- privatização das empresas estatais federais;
- reestruturação financeira dos estados;
- privatização das empresas estatais estaduais;
- concessão de infraestrutura (Programa de Parcerias de Investimentos/PPI);
- privatização do mercado de crédito: desavalancagem do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;
- e redução da dívida pública.
Empresa estatal: quantas existem?
Mattar explicou que a secretaria que chefia é, na verdade, separada em outras duas:
- Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União: cuida de 134 estatais (neste grupo estão inclusos a Petrobras, o BNDES, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, dentre outros).
- Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais: cuida de 743 mil imóveis estatais.
O secretário afirmou que o número de imóveis da União é incerto, e que o total citado refere-se apenas ao patrimônio estatal identificado. Há a possibilidade de existirem mais imóveis.