Triplex: Defesa de Lula diz que não foi avisada e pede que STJ adie julgamento

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que adie o julgamento sobre o caso do triplex do Guarujá.

Um recurso apresentado pelos advogados de Lula, que busca reverter a condenação em segunda instância, está marcado para ser julgado na tarde desta terça-feira (23). Entretanto, a defesa do ex-presidente afirmou que não foi informada sobre o julgamento.

Os advogados de Lula disseram que na segunda (22) foram informados pelo STJ de que ainda não havia data marcada para o julgamento. A defesa diz que tomou conhecimento da decisão através de notícias publicadas pela mídia. Os advogados do petista afirmam que a situação fere a garantia à ampla defesa.

Caso triplex

Nesse caso, Lula foi condenado em segunda instância a 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) considerou que o apartamento em Guarujá era pagamento de propina a Lula por parte da construtora OAS. O ex-presidente está preso na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba desde abril do ano passado.

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A Quinta Turma do STJ é formada por cinco ministros. Entretanto, um deles Joel Paciornik, se declarou impedido. Com essa mudança, o recurso de Lula será julgado somente por quatro juízes. Eles são:

  • Felix Fischer (relator da Lava Jato);
  • Reynaldo Soares (presidente da Quinta Turma);
  • Jorge Mussi;
  • Marcelo Navarro Ribeiro Dantas.

Em caso de empate, o ministro Antonio Saldanha, da Sexta Turma do STJ, será convocado para participar do julgamento.

Lula se declarou inocente

O ex-presidente sempre se declarou inocente e os advogados de Lula afirmam que o Ministério Púbico não produziu provas contra ele. Segundo a defesa, o petista não tem antecedente criminal, nem durante nem depois do mandato.

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O STJ recebeu o recurso em setembro de 2018. Em um primeiro momento, os advogados do ex-presidente pediram a absolvição de Lula. Em alternativa, os legais demandaram a exclusão de um dos crimes (lavagem de dinheiro) para poder obter uma redução da pena. Entretanto, em seguida a defesa mudou os termos do recurso e pediu a anulação da condenação e o envio do processo para a Justiça Eleitoral.

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Os advogados apontaram também fatos que levariam a anulação do processo. Entre elas, a revelação de que a empreiteira OAS teria pago funcionários para realizar “ajustes” nas delações. Assim como a existência de um acordo da Petrobras no qual a empresa teria reconhecido erros.

Esse não é o primeiro recurso apresentado pela defesa de Lula. Os advogados recorreram ao STJ e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, no STF o caso permanecerá congelado até o STJ concluir seu julgamento.

No fim do ano passado, uma decisão individual do ministro Fischer rejeitou recurso que tentava reverter a condenação. O juiz considerou que não houve nenhuma ilegalidade no processo. Entretanto, a defesa do ex-presidente recorreu para que todos os ministros analisassem o caso.

Beatriz Oliveira

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