BofA lista 6 lições de investimento em 2021 que valem para 2022

O ano de 2021 não foi fácil para o investimento em renda variável, por aqui e no exterior. No Brasil, das 88 ações de empresas que compõem o índice Bovespa, apenas 27 – menos de um terço – conseguiram ter ganhos positivos no acumulado deste ano.

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Nos Estados Unidos, país que lida com inflação em aceleração e índice de vacinação completa inferior ao brasileiro, não foi diferente. E, de olho no ano novo que se aproxima, o Bank of America (BofA) separou uma lista com os ensinamentos que foram assimilados este ano e servem para 2022 também. O SUNO Notícias destacou seis:

  1. Postura agressiva do Fed deixa investimento em “ações em promoção” com os dias contados;
  2. A inflação – que limita o poder de estímulo do Banco Central – torna este ciclo mais perigoso que o último;
  3. Choques de juros mostram que a fragilidade ainda é “O Risco” para os gestores;
  4. Ignore o varejo por sua conta e risco;
  5. Volatilidade das ações abre investimento à risco de aumento de preços;
  6. A lacuna histórica entre o volume de capital e o crédito cria oportunidades.

Postura agressiva do Fed deixa investimento em “ações em promoção” com os dias contados

Comprar títulos de renda variável em quedas acentuadas (ou “buy the dip”, como ficou conhecido) foi uma estratégia de investimento de sucesso, muito por causa da crença de que as autoridades monetárias iriam intervir em tempos de mínimo estresse.

Entretanto, com a nova postura das autoridades monetárias de não trazer estímulos à economia a fim de prevenir o avanço acelerado da inflação, esta estratégia está com os dias contados.

Ainda que índices acionários como o S&P 500 tenham devolvido, com lucro, a queda de mais de 4% com o medo recente da variante Ômicron, do novo coronavírus, não é de se esperar que isso continue no futuro.

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A inflação torna este ciclo mais perigoso que o último

Vale para o Federal Reserve e para o Banco Central brasileiro: a inflação está em alta pelo mundo e ameaça diminuir o poder de atuação das autoridades monetárias, da qual os mercados globais e os investidores passaram a depender.

A falta de risco inflacionário permitiu que os bancos ajustassem as taxas de forma bastante gradual até então. Agora, as velocidades de ajuste estão muito superiores ao que o mercado espera e isso traz impacto para os recursos disponíveis para investimento.

Choques de juros mostram que a fragilidade ainda é “O Risco” para os gestores

A fragilidade dos mercados ainda é o principal risco com o qual os gestores de investimentos devem se importar. Diversos índices, ações e mercados de commodities sofreram eventos de fragilidade financeira em outubro deste ano: uma pedra no sapatos para diversos fundos.

Este é um lembrete de por que a fragilidade dos mercados importa, já que muitos investidores estão mais expostos à riscos de fragilidade que riscos de volatilidade.

Ignore o varejo por sua conta e risco

O mercado de derivativos americano cresceu em 2021 e se tornou uma fonte relevante de volatilidade e risco para os mercados. Dados sugerem que o aumento da negociação de derivativos relacionados ao varejo foram, em parte, responsáveis pela fragilidade do setor vista em 2021.

No Brasil, o setor varejista foi um dos que mais sofreram com a crise da covid-19 e o aumento da taxa de juros recente.

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Volatilidade das ações abre investimento à risco de aumento de preços

A dificuldade do mercado de derivativos em precificar corretamente ativos permite estratégias de investimento com ganhos positivos. Cabe ao investidor ficar atento e saber o seu perfil de risco.

A lacuna histórica entre o volume de capital e o crédito cria oportunidades

A precificação de risco dos ativos varia conforme o tempo e de acordo com o interesse e aplicação de investidores expostos a riscos diversos. E essas diferenças podem criar oportunidades atrativas.

Com as ações em alta, e até agora ignorando o que deve ser um Fed menos amigável em 2022, o recente aumento nas taxas de juros e encarecimento do crédito sugerem riscos macroeconômicos aumentados no próximo ano para os investimentos.

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Pedro Caramuru

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