Itaú BBA: Banco do Brasil (BBAS3) é o ‘melhor dos bancões’ para 2022; entenda
Em novo relatório o Itaú BBA elevou a sua recomendação para os papéis ordinários do Banco do Brasil (BBAS3) de neutra para compra, mirando R$ 42 de preço-alvo para o fim de 2022. No pregão desta quinta-feira (2), as ações do banco estatal operam em alta de 2,8% cotadas a R$ 32,20.
Segundo o Itaú BBA, as ações do Banco do Brasil operam hoje em preços descontados, especialmente em relação aos pares do segmento de bancos – um dos mais relevantes do Ibovespa, que está perto dos menores patamares do ano.
Apesar disso, os analistas Pedro Leduc e Mateus Raffaelli, que assinam o documento, reforçam que o período eleitoral do ano que vem trará “inegavelmente volatilidade aos papéis”, o que tem efeito sobre a avaliação da casa.
“O mercado sempre negociou os papéis do Banco do Brasil com desconto em relação a outros bancos brasileiros de grande capitalização. Normalmente, os fatores para ‘culpar’ isso são um ROE mais baixo e o risco de interferência na política. O nível desse desconto, no entanto, flutuou significativamente ao longo do tempo”, dizem os analistas.
Praticamente todos os bancos operam em quedas no acumulado de 2021 mas, para o Itaú BBA, o setor tem se mostrado bem resiliente.
Desta forma, a aposta nos papéis do banco vem em contexto de cenário macroeconômico mais desafiador e de taxas de juros mais altas.
Segundo a tese de investimento, o Banco do Brasil tende a se valorizar com uma melhora na percepção de risco – tanto macroeconômica ou política.
“Percebemos que tanto investidores de longo prazo quanto investidores de valor estão procurando grandes bancos. O apelo é a resiliência dos ganhos do ano fiscal de 2022 em um crescimento mais baixo e um ambiente de taxa de juros mais alta”, consta no relatório.
Além disso, os analistas citam que a carteira de crédito do banco provavelmente será relativamente defensiva, com depósitos amortecendo o impacto da alta da Selic – com ciclo de alta se estendendo até o fim de 2022.
Lucro do Banco do Brasil acompanhou outros bancões
O lucro líquido dos ‘bancões‘ (Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) Caixa Econômica Federal e Santander (SANB11)) somou R$ 26,2 bilhões no terceiro trimestre, o que representa uma alta combinada de 36% em um ano.
O resultado dos cinco maiores bancos de varejo brasileiros em total de ativos foi impulsionado pela maior concessão de crédito e por um salto nas receitas com tarifas.
Ambos os indicadores refletiram a reabertura das atividades econômicas, mas podem arrefecer nos próximos trimestres, diante da alta dos juros e da desaceleração da economia brasileira esperada para 2022.
JCP do BBAS3
O banco distribuirá R$ 499,32 milhões a seus acionistas na forma de juro sobre capital próprio (JCP) segundo anúncio feito no fim de noveobrio. Com o JCP do Banco do Brasil, cada acionista receberá um total de R$ 0,17499127580 por ação da companhia.
Só receberá o JCP quem detiver ações ordinárias da companhia até o fim do pregão do dia 13 de dezembro. O pagamento, por sua vez, será feito no dia 30 de dezembro.
O crédito faz parte do dividendo mínimo obrigatório da instituição referente ao segundo semestre de 2021 e, vale frisar que o JCP está sujeito à incidência de 15% de imposto de renda sobre o valor bruto.
Os acionistas isentos da tributação têm até 15 de dezembro para comprovar a situação em uma agência do Banco do Brasil.