Nubank (NUBR33) confirma corte em preço máximo de US$ 11 para US$ 9 em IPO

A holding do Nubank, Nu Holdings, reduziu a faixa indicativa de preço da sua oferta inicial de ações (IPO) em Nova York para U$ 8 a US$ 9, ante uma previsão inicial de US$ 10 a US$ 11, o que representa um corte de 20%.

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A Nu Holdings pretende ofertar 289,15 milhões de ações classe A em seu IPO, o que somaria até US$ 2,7 bilhões a US$ 2,8 bilhões. A notícia havia sido antecipada ontem pela agência de notícias Bloomberg, e foi confirmada há pouco em documento enviado à SEC, órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos.

O corte de preço do IPO do Nubank ocorre em meio à forte queda das ações de diversas fintechs. Um caso emblemático foi o da Paytm, que realizou um dos maiores IPOs da Bolsa de Valores indiana, movimentando US$ 2,5 bi. Isso não impediu que, um dia após sua estreia, o papel da fintech de pagamentos digitais tombasse  27%.

Paytm não foi a única companhia do setor a ter uma forte queda, o que faz o mercado temer uma aversão ao risco. A Stone, por exemplo,  já caiu 80% esse ano.

O IPO do Nubank está previsto para ocorrer na Bolsa de Nova York (Nyse) e na B3 (B3SA3) no dia 9 de dezembro.

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Especialistas achavam caro o preço anterior do IPO do Nubank

Apesar do Nubank ser o maior banco digital do mundo, os especialistas não vinham recomendando o IPO aos investidores devido à precificação da oferta, considerada elevada.

“O Nubank apresenta uma precificação em linha com o que o mercado internacional está pagando aos maiores bancos digitais, mas não é porque o mercado está pagando que nós iremos pagar. Ou seja, não recomendaremos a adesão ao IPO”, escreveu os analistas da SUNO Research em relatório divulgado no dia 25.

A SUNO destacou ainda que o preço do Nubank estava 60% mais caro do que o pago na última rodada de investimentos, que incluiu aporte da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett. “O preço é praticamente impossível de se justificar com a geração de caixa da empresa.”

Já a Nord avaliou que com o valor de mercado de US$ 49 bilhões na faixa média do IPO (US$ 10,50) e um Preço/Lucro (P/L) histórico da Bolsa de 15 vezes, significava que a companhia precisaria entregar um lucro de US$ 3,3 bilhões para negociar em um múltiplo em linha com a média histórica da bolsa brasileira.

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“Para atingir esse lucro bilionário, o Nubank precisaria lucrar 260 vezes mais do que o lucro reportado no primeiro semestre de 2021, considerando um dólar médio de R$ 6”, escreveu os especialistas da Nord em seu relatório.

Segundo a Levante Research, para alcançar o custo de oportunidade estimado, a companhia teria que crescer a sua receita a uma taxa composta próxima aos 35%, algo que foi desafiador até para as big techs. “Nesse caso, o Nubank teria que dominar a América ou atravessar o oceano atlântico e se tornar uma big tech”, afirmou. É válido lembrar que Apple, Microsoft, Google e Facebook são big techs.

Além disso, a Levante enxergava risco relevante de perda permanente de capital no investimento em Nubank a este preço. “Por conta disso, nossa recomendação é não participar do IPO do Nubank“.

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Natalia Gómez

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