Relatório da OCDE propõe ação global para ajudar a classe média

Um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) propões um plano de ação global para ajudar a classe média. O documento foi publicado pela organização internacional nesta quinta-feira (10).

Segundo o documento da OCDE,classe média mundial está sufocada financeiramente, tem dificuldades para preservar seu peso na economia e o seu estilo de vida. A renda dessa importante parcela da população está estagnada e não consegue enfrentar à alta dos custos de habitação e de educação.

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O estudo “Under Pressure: the squeezed middle class” (Sob pressão: a classe media pressionada) fornece uma definição de classe média. Ou seja, aquela parcela da população que têm uma renda entre 75% e 200% da renda
nacional média.

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Segundo a OCDE, qualquer país que queira manter sua coesão social e sua economia bem-sucedida necessita de uma classe média próspera é crucial. A instituição internacional salienta como a classe média é o pilar do consumo, impulsiona os investimento em educação, saúde e habitação. Além disso, ela desempenha um papel central em apoiar sistemas de bem estar social com o pagamento de impostos.

O documento indica como sociedade que têm uma forte classe média registram também menores taxas de criminalidade. Além disso, elas também mantêm um maior nível de confiança e satisfação de vida, uma maior estabilidade política e boa governança.

Gastos e endividamento excessivo

Entre os países membros da organização, mais de uma em cada cinco núcleos familiares da classe média gasta mais do que ganha. Um descontrole de gastos gera um risco altíssimo de endividamento excessivo. Há picos de mais de 50% da famílias que não conseguem fechar as contas no Chile e na Grécia. No Brasil esse índice é de 27 % das famílias de classe média.

A vulnerabilidade financeira dos lares de classe média em 18 países europeus da OCDE chega a 40%. E metade das famílias nesses países têm dificuldade em pagar suas contas.

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O custo de vida da classe média cresceu muito mais rápido que a inflação. A despesa mais importante é, sem dúvidas, a habitação, que representa um terço da renda disponível. Nos anos 1990 era apenas um quarto.

Um aumento provocado pelo incremento do preço de habitação dos últimos vinte anos. Um incremento três vezes maior do que a renda média das famílias.

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“Hoje a classe média parece mais e mais um barco que navega em águas turbulentas”, salientou o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, em comunicado.

Redução da influência da classe média

Esse declínio econômico da classe média levou a uma redução de sua influência política. Em quase todos os países membros da OCDE a renda
intermediária é quase a mesma que há 10 anos. Foi registrado um aumento de apenas 0,3% por ano.

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Além disso, o número de pessoas de classe média diminuiu. Se cerca de 70% das pessoas da geração do “baby-boom” – nascidas após a Segunda Guerra Mundial – faziam parte da classe média quando tinham 20 anos, hoje somente 60% dos jovens da “geração Y”, nascidos entre nos anos 1980, têm a mesma condição socioeconômica.

Concentração de renda excessiva

Segundo a OCDE, cerca de 10% da população dos países ricos concentra quase metade da riqueza total. Por outro lado, 40% das famílias com renda menor tem apenas 3% da riqueza total. Essa insegurança econômica atinge grande parte da população, em particular as pessoas é economicamente vulnerável, onde 30% sofrem com essa situação.

Soluções propostas pelo OCDE

Para tentar ajudar a classe média, a OCDE sugeriu que os governos melhorem o acesso a serviços públicos de qualidade e otimizem a cobertura da proteção social.

Para tentar amenizar o aumento do custo de vida da classe média, a OCDE sugeriu medidas que encorajem habitação com preços abordáveis. Entre elas estão subvenções, ajudas em obter financiamentos e redução de imposto para quem compra uma casa.

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Carlo Cauti

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