Grupo de cotistas se opõe à 8ª emissão do FII VRTA11 de R$ 250 mi
O mercado de fundos imobiliários esquentou nos últimos dias, em meio ao descontentamento de um grupo de cotistas do FIIs VRTA11, gerido pela Fator.
O grupo de cotistas liderado pelo influencer Cristian Tetzner está fazendo uma campanha para que os cotistas não aceitem a oitava emissão de cotas do fundo VRTA11. Tetzner é um investidor que tem 11,1 mil seguidores em seu canal do Youtube.
Às 14h desta sexta, o vídeo em que o influencer fala sobre o assunto conta com 713 visualizações. O VRTA11 tem 92.315 cotistas, entre pessoas físicas e investidores institucionais.
O prazo para a emissão do VRTA11 ser aprovada é hoje (5). O fundo pretende captar R$ 250 milhões, segundo seu último relatório gerencial. O influencer recomenda que os cotistas se manifestem contrariamente à emissão e peçam a troca da gestão do fundo ainda hoje.
Cotistas reclamam que VRTA11 alocou recursos ‘às pressas’
Os cotistas do VRTA11 alegam que a gestora deixou dinheiro parado no caixa do fundo durante mais de oito meses, e depois fez alocações “às pressas”.
“No final das contas, investiu o dinheiro em um monte de FIIs que só fez cair as cotações. O cotista ainda foi diluído e teve seu patrimônio reduzido”, afirma.
De acordo com o influencer, o fundo VRTA11 emitiu cerca de R$ 500 milhões entre o ano passado e 2021, mas deixou o dinheiro parado no caixa. “Erraram no tamanho da mordida porque fizeram a emissão e depois não deram conta”, afirmou ao Suno Notícias.
“Aí quando chega perto da época de fazer uma nova emissão, correm para alocar o dinheiro e investem quantidades enormes tanto para o VRTA11 quanto para os fundos que recebem os recursos.”
Ele cita o caso do FII QAMI11, que recebeu alocação de R$ 50 milhões do VRTA11, valor considerado alto em relação ao porte do fundo, que tem R$ 74,1 milhões em patrimônio líquido.
“Pedimos que os gestores parem, deem um respiro, pois as emissões devem ser orgânicas e em condição favorável de mercado para melhorar a rentabilidade do fundo, que já é gigante, já tem muito papel.”
O VRTA11 tem um patrimônio líquido de R$ 951,6 milhões.
Dívida do TRXF11 é alvo de críticas
O outro FII que enfrenta críticas é o TRXF11, que comprou uma série de imóveis do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no ano passado. “A proposta naquele momento era dar uma virada de página no fundo, que tem um histórico de não fazer uma gestão pró-cotista”, afirma.
No entanto, o endividamento elevado do fundo desagradou ao grupo de cotistas. “Quase 50% do patrimônio do fundo hoje é dívida”, afirma. Este FII teve sua aprovação de contas ontem, e Tetzner pretende entrar com um recurso na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra a aprovação.
De acordo com o último relatório gerencial do FII, o total de ativos investidos soma R$ 1,188 bilhão, enquanto o saldo devedor das securitizações é de R$ 576,4 milhões. Com isso, a relação securitizações/ativo chega a 48,51%.
Procurados pelo Suno Notícias, o Fator não se manifestou até o momento sobre o VRTA11. A TRX disse que não poderia dar entrevista porque está em período de silêncio.
