Dólar vira para queda antes do anúncio do Fed, nos Estados Unidos
O dólar virou nesta quarta-feira (03) e abandonou a alta de mais cedo para apresentar firme queda nesta tarde, saindo de R$ 5,70 para cerca de R$ 5,60. O mercado realiza lucros pouco antes da aguardada decisão de política monetária nos Estados Unidos e após uma ata do Copom considerada mais dura.
O dólar à vista caía 1,03%, a R$ 5,612 na venda, às 14:04 de hoje. A moeda oscilou de 5,701 reais (+0,53%) a 5,603 reais (-1,20%).
Um viés de baixa da moeda norte-americana predomina no exterior ante principais pares, o que limitou mais cedo a alta do dólar frente o real. A divisa exibia viés de alta ante o peso mexicano, em meio aos sinais mistos dos índices futuros de Nova York e dos juros dos Treasuries.
Às 14:05, o índice DXY, que mede o dólar frente outras seis moedas internacionais, apresentava queda de 0,04%, operando aos 94,06 mil pontos.
Os investidores internacionais estão à espera do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que deve fazer hoje o anúncio oficial do “tapering“, processo de redução gradual da compra de títulos americanos.
A maioria dos analistas aposta em uma redução mensal US$ 10 bilhões nas compras de Treasuries, e de US$ 5 bilhões por mês nas compras de títulos lastreados em hipotecas. Com isso, o processo terminaria em meados de 2022.
Brasília segue no radar
A pauta em Brasília também está no radar dos investidores e movimenta o dólar hoje.
As atenções estão voltadas para a votação na Câmara dos Deputados da PEC dos Precatórios, crucial para o governo conseguir abrir espaço no Orçamento de R$ 91,6 bilhões, dos quais R$ 83,6 bilhões são “livres” para serem destinados à ampliação do programa social Auxílio Brasil, em substituição ao Bolsa Família, e outras demandas, como o auxílio diesel a caminhoneiros e emendas parlamentares.
Segundo apurou o Estadão, está na mesa uma proposta de acordo para fatiar o pagamento das dívidas judiciais da União com estados decorrentes do Fundef, fundo para a educação básica que vigorou até 2006. A dívida responde por cerca de R$ 16 bilhões dos R$ 89 bilhões em precatórios inscritos para o ano que vem.
Operadores comentam que um movimento de embolso de lucros e caça a pechinchas era o responsável pela melhora do mercado. Na renda fixa, a inclinação da curva de DI caía, enquanto o principal índice do mercado acionário local subia 0,6%.
Última cotação do dólar
Na última sessão, segunda-feira (3), o dólar encerrou o pregão em alta de 0,43%, negociado a R$ 5,67.
Com informações de Estadão Conteúdo.