Privatização da Eletrobras (ELET3) pode ocorrer só depois das eleições de 2022, diz agência
A privatização da Eletrobras (ELET3) deve acontecer somente depois das eleições presidenciais do ano que vem, apesar da pressão do governo. Isso porque o Tribunal de Contas da União (TCU) entende que a operação deve ser avaliada com atenção, segundo uma fonte informou à Bloomberg nesta sexta-feira (29).
Para que a Eletrobras seja privatizada é necessária a aprovação do TCU. Contudo, a fonte explicou à agência que a operação pode demorar um pouco mais para acontecer pois o órgão acredita que o governo desvalorizou, em pelo menos R$ 10 bilhões, a receita de outorga projetada.
Além disso, 2022 é um ano eleitoral e esse cenário pesa no prazo de privatização da estatal de energia. Com os temores fiscais, pode não ser o melhor momento para a operação.
O governo projetava que a companhia seria desestatizada até março do ano que vem. Apesar do prazo parecer curto, ontem a Eletrobras anunciou que pré-selecionou cinco instituições financeiras como coordenadores líderes do sindicato de bancos que vão estruturar a oferta pública de ações (follow on).
O objetivo da oferta é a privatização da Eletrobras. As instituições escolhidas foram o Bank of America, BTG Pactual (BPAC11), Goldman Sachs, Itaú BBA e XP Investimentos.
Para selecionar as instituições, a companhia diz que analisou expertise e notoriedade das instituições.
Segundo a Eletrobras, assim como a escolha dos demais bancos que participarão do sindicato, o processo de contratação dos coordenadores ainda está em andamento e, após concluído, será submetido à aprovação das “alçadas competentes”.
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CPPI aprova modelo de privatização da Eletrobras
No último dia 19, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) aprovou a resolução que define o modelo de privatização da Eletrobras, e definiu que os empregados e aposentados da empresa terão prioridade na compra de até 10% das ações no processo de privatização.
A privatização ocorrerá em duas etapas. Primeiramente, a Eletrobras fará um processo de capitalização, emitindo novas ações que podem ser compradas no mercado primário, até diluir a participação da União na empresa. Segundo o CPPI, essa etapa permitirá a injeção de dinheiro de investidores privados na companhia.
Apenas se a participação direta e indireta da União não cair para menos de 45% após a oferta primária de ações, a União venderá papéis da companhia no mercado secundário, quando ações já lançadas no mercado trocam de donos. Em nota, o CPPI informou que a União continuará a ser a principal acionista da Eletrobras, mesmo perdendo a maioria na empresa.
Cotação da ELET3
A ação da Eletrobras (ELET3) encerrou o pregão de hoje em queda de 5,87%, valendo R$ 33,83.
Com informações da Agência Brasil e do Estadão Conteúdo