Interlocutores de Bolsonaro avaliam nomes para substituir Paulo Guedes, diz coluna
Após a debandada dos secretários do Ministério da Economia, seria a vez do ministro Paulo Guedes deixar o cargo? É o que avaliam os interlocutores do presidente Jair Bolsonaro, que estão sondando um nome para substituir o líder da pasta econômica, caso Guedes peça demissão ou governo decida trocá-lo. A informação é do colunista Valdo Cruz do site G1.
Segundo o jornalista, os interlocutores avaliam que é preciso começar a analisar possíveis nomes para substituir o ministro Paulo Guedes, porque o próprio pode pedir exoneração do cargo. Mas, além disso, existe também uma ala do governo que tenta convencer Bolsonaro a substituí-lo. Eles argumentam que o titular da Economia está muito enfraquecido e perdeu credibilidade junto ao mercado.
O ministro da Economia já havia falado anteriormente que não iria sair de seu cargo, somente se fosse obrigado a tomar medidas que colocassem em risco a responsabilidade fiscal.
Ontem, os secretários do ministro pediram demissão. O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração. Gildenora Dantas, secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, e o Rafael Araujo, secretário-adjunto do Tesouro Nacional, também pediram exoneração de seus cargos.
Os pedidos de saída dos secretários de Paulo Guedes vêm após tensões para abrir espaço no orçamento por mais gastos em 2022.
Funchal disse ao site que o governo sinaliza um descompromisso com a responsabilidade fiscal, tirando totalmente a credibilidade da política econômica. Os secretários não são contra o aumento do valor do Auxílio Brasil, mas defendem que a medida deveria ser adotada com cortes de gastos e não com aumento do endividamento público.
Ministro Guedes diz que governo deve pedir waiver — licença para gastar
Ontem à noite, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo deve pedir um “waiver” uma “licença para gastar” além do que o teto permite para bancar o Auxílio Brasil.
O Ministro da Economia confirmou que parte do pagamento do Auxílio Brasil, programa que pretende substituir o Bolsa Família e pagará um benefício de R$ 400, está fora da regra fiscal.
Durante um evento virtual de entidade da construção civil, Paulo Guedes apontou que no que depender da equipe econômica, o Auxílio Brasil poderá ser financiado com cerca de R$ 30 bilhões fora do teto. Segundo o economista, o movimento não seria necessário se o Senado tivesse aprovado a reforma do Imposto de Renda. Segundo o Instituto Fiscal Independente do Senado (IFI), o rombo com as mudanças anunciadas pelo governo será de R$ 95,6 bilhões.