IPCA: Com commodities, Safra revisa projeção para 8,8% ainda em 2021
Em nova revisão para o IPCA, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o Safra projetou 8,8% ao fim de 2021, em crescente em relação aos 8,4% projetados anteriormente.
Com essa mudança no IPCA, que mensura a inflação, o Safra também revisou a projeção para a taxa básica de juros., prevendo uma Selic de 8,25% ao ano em 2021, além de avançar ao patamar de 8,75% já no início do ano que vem. A projeção anterior era de 8,00% para ambos os anos.
“Entre os motivos para a revisão está a alta no preço internacional de combustíveis, movimento ilustrado pelo aumento da ordem de 30% em dois meses do barril de petróleo Brent, a referência global da commodity“, diz o Safra.
“Outro fator é a depreciação recente do real. O dólar no Brasil alcançou o nível de R$ 5,60 durante a última sessão, por exemplo”, acrescenta.
Vale lembrar que a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) será anunciada na noite de quarta-feira da semana que vem, dia 27. A Selic atualmente está em 6,25% ao ano.
Na sua última medição, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi a 1,14% em setembro, 0,25 ponto percentual acima da taxa de agosto (0,89%), o maior desde fevereiro de 2016 (1,42%).
Atualmente é consenso que o IPCA em 2021 deve fechar o ano na casa dos 8%, ao passo que o índice deve cair pela metade no ano que vem.
“Para 2022, o principal ano do horizonte da política monetária do BC, as expectativas do IPCA afastaram-se ainda mais do ponto médio da meta (de 3,5%), em 3bps para 4,17% ano a ano, com mediano em 5bps – ou seja, também para 4,17% ano a ano, em prognósticos de instituições que revisaram números nos últimos dias. Apesar disso, IPCA 2023 e 2024 agregam consenso permanece ancorado nas respectivas metas de inflação de 3,25% e 3%”, frisam os analistas do BTG Pactual (BPAC11).
Focus vê IPCA em 8,6%
No Boletim Focus deste semana, divulgado na segunda-feira (18), o mercado elevou novamente a previsão do IPCA. A previsão dos economistas ouvidos pelo Banco Central é de que a inflação do País termine o ano acumulada em 8,69%: 0,10 ponto percentual (p.p.) acima da última projeção.
No que se refere à taxa básica de juros da economia (Selic), utilizada como ferramenta de política monetária do Banco Central (BC) para conter a inflação, a estimativa permanece inalterada há quatro semanas, em 8,25%.
Trata-se da 28ª elevação consecutiva do mercado para a estimativa de IPCA no Brasil em 2021. Há um mês, o Boletim Focus registrou que a projeção de alta era de 8,35%.
