BC não vai mudar política de intervenção no mercado de câmbio, diz diretor

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, declarou nesta terça (19) que não haverá mudança na política de intervenções do BC no mercado de câmbio. “O nível do câmbio não importa e nem o impacto nas projeções de inflação. As intervenções no câmbio têm a mesma motivação, sem mudanças. O BC intervém quando há algum tipo de mau funcionamento no mercado”, disse Kanczuk, em participação no JP Morgan Investor Seminar.

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A partir da quarta-feira (20), a diretoria colegiada do BC entra em período de silêncio prévio à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana.

O diretor reconheceu, porém, que o BC tem tido dificuldades em entender os movimentos do real frente ao dólar. Segundo ele, nem a taxa de juros, nem a saída do overhedge e nem a valorização das commodities têm sido hipóteses suficientes para explicar a volatilidade da moeda.

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“Há mais países com mesmo problema, com moeda não reagindo a termos de troca. Há questão fiscal, mas câmbio deprecia mais do que a curva de juros sugere. Também não compro a história de que câmbio reage a maior investimento no exterior”, acrescentou Kanczuk. “É muito difícil de saber o que está acontecendo com a taxa de câmbio. Não é a primeira vez na minha vida que não entendo o que está havendo com o câmbio”, admitiu.

Copom deve reagir aos movimentos do BC norte-americano

O diretor de Política Econômica do Banco Central considerou nesta terça que a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) tem grande impacto nos fluxos de recursos para países emergentes, com maior sofrimento para aqueles países com maiores problemas fiscais, como o Brasil. Por isso, ele reformou que o Copom deve reagir aos movimentos do BC norte-americano. “Copom discute bastante eventuais apertos monetários em países desenvolvidos. No passado, quando Fed apertou política inesperadamente machucou emergentes. Se o Fed começar mais cedo esse movimento, a reação do Copom só poderá ser uma política monetária mais apertada. Não há outra maneira”, respondeu.

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Kanczuk ponderou, porém, que o BC tem o benefício de poder esperar um pouco e não reagir imediatamente às ações do Fed, ao contrário do mercado.

“Não precisamos atuar antes. Não é uma reação mecânica. Tomaremos uma decisão mais bem informada após a reação do mercado. Essa a única vantagem de estar do lado de cá da parede”, completou o diretor do BC.

(Com informações da Agência Estado)

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Bruno Galvão

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