Caminhoneiros entregam reivindicações ao governo e ameaçam nova greve
Nesta segunda-feira (18), associações de caminhoneiros prometem entregar uma lista de reinvindicações ao governo federal. Segundo as entidades, caso não haja sinalizações positivas quanto aos pedidos, uma nova greve nacional deve ocorrer a partir de 1.º de novembro.
Segundo o Estadão, a categoria dos caminhoneiros se diz em “estado de greve” desde o último sábado (16) e, durante o fim de semana, líderes de entidades fizeram críticas ao presidente Jair Bolsonaro. O governo, porém, estaria minimizando a mobilização.
Está na pauta dos caminhoneiros itens como:
- cumprimento do valor mínimo do frete rodoviário,
- aposentadoria especial para a categoria (aos 25 anos de trabalho) e
- mudança na política de preços da Petrobras (PETR4), com objetivo de reduzir a flutuação do diesel.
Entretanto, fontes do Estadão informam que o governo federal vê a mobilização apenas como ameaça. Desde 2018, já foram 16 tentativas de greve dos caminhoneiros malsucedidas, sendo quatro delas neste ano. Oficialmente, o governo não comentou o assunto.
O documento com reivindicações a ser entregue ao governo será assinado pela Abrava, pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL). Conforme as entidades, é a primeira vez desde 2018 que as três associações atuam juntas em um mesmo movimento.
Reinvindicações dos caminhoneiros
A estratégia dos líderes da categoria para conseguir atenção tem sido subir o tom: “Serei o primeiro (a parar em 1.º de novembro)”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, um dos organizadores do movimento dos caminhoneiros.
“A nossa pauta é a mesma desde os atos de 1.º de fevereiro. Não é um assunto novo para o governo nem para o STF ou para o Legislativo, que conhecem nossas demandas”, afirmou o diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer.
“Agora, ou o governo senta com a categoria para fazer um trabalho, chama as partes envolvidas – Petrobras, STF, Congresso – ou paramos o País”, completou o presidente do CNTRC, Plínio Dias, em referência ao movimento ocorrido em 2018, ainda durante o governo Michel Temer.
O Estadão escreve que não é descartada por parte dos líderes dos caminhoneiros uma flexibilidade no cumprimento das demandas feitas ao governo. Porém, eles querem ver um direcionamento no sentido de medidas mais concretas. “Estamos cansados de reuniões. Tentamos fazer articulação, mas a própria categoria não aguenta mais”, afirmou Landim.
Fim do apoio?
Questionados pelo Estadão sobre um rompimento com o governo do presidente Jair Bolsonaro, os representantes descartaram uma ruptura formal e dizem que o movimento é apartidário. “O movimento não é contra ou a favor desta gestão. Há muitos caminhoneiros que acreditam no governo Bolsonaro. Outros não concordam”, afirmou o presidente da Abrava.
Considerados base eleitoral do presidente, os caminhoneiros expressam insatisfação com o acúmulo de medidas anunciadas e não cumpridas. “São três anos de governo e não foi feito nada para a categoria, apenas falácias e promessas”, disse Dias, presidente do CNTRC.
Com informações de Estadão Conteúdo.