Dólar fecha em alta de 0,13%, mesmo após leilão de US$ 1 bi do BC
O dólar encerrou as negociações desta quinta-feira (14) em alta de 0,13%, frente ao real, valendo R$ 5,516 na venda.
O dólar hoje acompanhou os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, que atingiram 293 mil na semana encerrada em 9 de outubro, enquanto a previsão dos analistas era de 319 mil pedidos. Desde março de 2020 não acontecia das solicitação serem menores do que 300 mil pedidos. Para os especialistas, é um indicativo consistente de que o mercado de trabalho americano está melhorando.
Além disso, o mercado ficou de olho na inflação ao produtor medida pelo Índice de Preços ao Produtor (PPI), também levemente abaixo do esperado. Setembro registrou uma alta de 0,5% frente a agosto e 8,6% no acumulado de 12 meses. Os economistas previam alta mensal de 0,6% e de 8,7% em 12 meses.
Movimentação do dólar hoje
O dólar americano abriu a sessão de hoje em queda, enquanto os investidores ajustavam posições, diante da persistente baixa da moeda americana em cenário positivo no externo e expectativas por mais uma oferta nova de swap cambial de até US$ 1 bilhão.
Ontem, o BC já havia vendido US$ 1 bilhão em swap novo conduzindo o dólar à queda, após atingir máxima intradia à tarde a R$ 5,5731, na contramão do comportamento da moeda americana no exterior.
Já no início da tarde de hoje, a divisa voltou a subir acompanhando dados do setor de serviços no Brasil que vem mostrando recuperação nos últimos meses.
Notícias que movimentaram o dólar
Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:
- Serviços operam 7,1% abaixo do pico de novembro, segundo dados do IBGE
- Ratings de mercados emergentes se estabilizam, mas ainda há riscos, diz Fitch
- Diretor do BC diz ver com naturalidade redução de liquidez no mundo em 2022
Setor de serviços em recuperação
O setor de serviços vem mostrando recuperação nos últimos meses, mas ainda operava em agosto 7,1% abaixo do ponto mais alto registrado em novembro de 2014, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Os Serviços prestados às famílias estavam 27,1% abaixo do pico de outubro de 2013, enquanto os serviços de informação e comunicação operavam no patamar mais elevado da série histórica.
Já os profissionais, administrativos e complementares estavam 20,6% abaixo do ápice de junho de 2013, e os Transportes funcionavam 6,4% aquém do pico de fevereiro de 2014. O segmento de “Outros” estava 3,4% abaixo do auge de agosto de 2011.
Ratings de mercados emergentes: estabilização
A Fitch afirma em comunicado que os ratings soberanos de mercados emergentes “têm em geral se estabilizado em 2021”, após “um número substancial de rebaixamentos” no auge do choque da pandemia da covid-19, em 2022. As perspectivas negativas superam as positivas, o que sinaliza riscos de baixa para as classificações, aponta a agência em relatório.
A agência diz que rebaixou apenas dois países emergentes desde maio de 2021, Colômbia e Tunísia, enquanto Costa do Marfim e Gabão tiveram elevações no rating.
Em 2020, houve resultado líquido de 30 rebaixamentos, com outros dois no primeiro trimestre do ano atual.
Já as perspectivas negativas superam as positivas em 19, “sinalizando que mais rebaixamentos líquidos são prováveis”. Tem havido, porém, um ponto de inflexão desde agosto de 2020, considera.
Redução de liquidez mundial
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, avaliou nesta quinta-feira que vê com naturalidade a redução da liquidez mundial ao longo de 2022, com o fim de medidas lançadas por diversos bancos centrais no início da pandemia de covid-19 no ano passado.
“Sempre que começamos um programa, se ele tiver emergencial no nome e no foco, ele deveria ser repensado em momentos de funcionamento normal dos sistemas financeiros”, afirmou, em participação no 11º Congresso Internacional de Gestão de Riscos, organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Segundo Serra, o resultado dos estímulos lançados durante a crise foi uma demanda por consumo de bens mais forte do que se previa, com impactos na oferta e demanda e pressões inflacionárias. “A economia, o mundo e as pessoas se adaptaram de alguma forma, o consumo se recuperou bastante e o sistema bancário foi parte da solução”, completou.
Ele admitiu que a redução de liquidez no mundo talvez ocorra em momento mais desafiador do que se esperava. “Está todo mundo precisando retirar estímulos em momento de pressão de inflação. Estamos nos preparando para isso. Em 2021, a discussão é retirada organizada de estímulos da pandemia. É desafiador, mas o Brasil está bem colocado, quando se pensa em outros choques de liquidez internacional do passado”, argumentou.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quarta-feira (13), o dólar encerrou em queda de 0,51%, negociado a R$ 5,50.
(Com informações do Estadão Conteúdo)