Petrobras (PETR4): “Não seria melhor privatizar a empresa?”, pergunta Lira
Nesta quarta-feira (13), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), questionou o papel da empresa no mercado brasileiro. “Não seria o caso de privatizar a Petrobras (PETR4)“. perguntou. O deputado afirmou que a estatal atua hoje num “limbo entre o público e o privado”, e criticou o “monopólio absurdo” que a empresa tem no mercado de gás.
Segundo ele, a estatal, apesar de ter uma parte de capital privado, é “predominantemente pública e, por essa razão, é importante rever sua política de investimento energético”. Para Lira, a Petrobras não pode apenas distribuir recursos para os acionistas. O presidente destacou que o foco da discussão não é mudar a política de preços da estatal ou a diretoria da empresa. As afirmações foram feitas em entrevista à Rádio CNN nesta quarta.
“Não há nem uma coisa nem nem outra: não existe conversa de bastidor nem para se mudar a política de preço nem a sua diretoria. Ali funciona no automático. Joaquim Luna e Silva (presidente da Petrobras) disse que a empresa não faz política pública. Ninguém está falando de programa social nem de política pública. Estamos tratando do monopólio absurdo do gás de cozinha e da falta de investimento energético. É uma empresa predominantemente pública, e o que existe ali é uma política que precisa ser revista, porque atualmente a companhia só distribui os recursos”, criticou Lira.
“Queremos saber o que aconteceu com o gasoduto que foi vendido a R$ 90 bilhões e por que esse recurso não foi para a União”, cobrou o presidente da Câmara.
Lira quer alterar o ICMS dos combustíveis
Lira e os deputados têm discutido uma proposta que altera a cobrança do ICMS dos combustíveis, com o objetivo de baixar os preços. A proposta ainda não tem data para ir aoplenário. De acordo com o presidente da Câmara, o valor do imposto seria calculado a partir da variação do preço dos combustíveis nos dois anos anteriores. O presidente avalia que haveria uma redução imediata de 8% no preço da gasolina, 7% no do álcool e 3,7% no do óleo diesel. Arthur Lira afirmou que o objetivo da proposta não é retirar a arrecadação dos estados, mas criar uma “bolsa de contenção” para evitar o repasse direto do aumento dos combustíveis para a população em razão das variações do petróleo e do dólar.
“O governo federal já tem o imposto congelado desde 2004, estamos em 2021. Ele é fixo, não aumenta, independentemente da variação do petróleo. É um assunto que tem gerado discussão. O gás é uma crise no Brasil. O monopólio da Petrobras é absurdo, temos aumento de queimaduras de álcool, as pessoas usando lenha para cozinhar. Esses assuntos precisam ser tratados com transparência e não com versão”, disse.
“Estamos propondo de forma clara que, no momento de crise, que impacta a vida dos brasileiros, os estados possam deixar de ganhar mais, não vão perder a longo e médio prazo”, explicou Lira.
(Com Agência Câmara de Notícias)