Dólar sobe para R$ 5,56, com mercado de olho na inflação dos EUA e cautela local

O dólar passou a subir no mercado à vista nesta quarta-feira (13) e opera valorizado também no mercado de moedas emergentes ante o real, rublo e lira turca, mas segue em baixa em comparação ao peso mexicano e divisas fortes, como euro e libra.

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O gerente da mesa de derivativos da corretora Commcor, Cleber Alessie Machado Neto, afirma que o dólar opera nas máximas do dia, porque há problemas estruturais internos que induzem compras.

Além disso, a política monetária dos Estados Unidos está em foco após o Congresso aprovar o aumento do teto da dívida até dezembro e os dados de inflação ao consumidor virem mais fortes do que o esperado.

Às 14h15, o dólar comercial avançava 0,57%, a R$ 5,56 na venda. Já o dólar futuro, negociado para novembro, ganhava 0,23%, a R$5,567, às 13h07.

No exterior, movimenta o dólar hoje a divulgação do Departamento do Trabalho dos EUA sobre a inflação aos consumidores (CPI, na sigla em inglês). Em setembro, os preços gerais aumentaram 0,4%, somando 5,4% nos últimos 12 meses. A leitura veio acima da expectativa de economistas, que projetavam alta de 0,3% para o indicador.

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A leitura vem depois do relatório de empregos de sexta-feira (8) mostrar que foram criadas apenas 194 mil vagas nos EUA no mês passado, leitura bem abaixo das expectativas.

“Ainda que alguns analistas considerem que os dados (dos EUA) estão mostrando um comportamento misto, nossa avaliação é que, pelo menos até o momento, eles dão suporte ao início da redução da compra de ativos por parte do Fed”, disseram em nota analistas da Genial Investimentos.

O índice DXY, que avalia a moeda norte-americana contra uma cesta de seis divisas, tinha variação negativa de 0,37% às 13:37, aos 94,17 mil pontos.

Cenário interno

Por aqui, o gerente da Commcor destaca que a proximidade da divulgação do relatório da CPI da Covid, prevista para o dia 19, começa a ficar cada vez mais no radar, aumentando a tensão politico-econômica e fortalecendo a compra de dólar.

Além disso, Neto aponta para “incertezas enormes com as eleições em 2022, inflação alta e desconforto fiscal que vem sendo diluído há um mês pelo aumento da arrecadação, mas que não deixa de compor um quadro que exige cautela dos investidores”.

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Nossa própria inflação também é uma preocupação para o mercado. Investidores apontam incertezas políticas e fiscais como fatores que explicam a depreciação do real para os patamares atuais, bem como a percepção de que o Banco Central (BC) não tem combatido a inflação local com a agressividade necessária.

A taxa Selic está atualmente em 6,25% ao ano, depois de elevação de 1 ponto percentual no último encontro do Copom. Antes da reunião de política monetária de setembro, alguns operadores chegaram a precificar o aumento em 1,5 ponto.

O diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, afirmou nesta quarta-feira que o ajuste de 1 ponto na Selic sinalizado no último encontro não é um compromisso e pode mudar dependendo das condições.

Cotação do dólar nesta segunda (11)

Na última sessão, segunda-feira (11), o dólar encerrou as negociações em alta de 0,38% frente ao real, valendo R$ 5,53 na venda.

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Monique Lima

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