Ibovespa sobe 1,4% com agito da agenda econômica externa; Banco Pan (BPAN4) dispara 7%
Na volta do feriado, o Ibovespa opera em forte alta e supera os índices globais, que não têm direção definida após uma série de dados econômicos na Ásia e Europa. Os investidores digerem informações sobre a inflação nos Estados Unidos, que veio acima do esperado, e como isso pode mudar a política monetária norte-americana.
Por volta das 12h45, o Ibovespa subia 1,47%, aos 113.794 pontos. O dólar também sobe 0,53% e aproxima do patamar de R$ 5,60. A divisa estadunidense registra um avanço de 7% ante o real no acumulado deste ano.
Para hoje também está marcada a divulgação da ata da última reunião do Federal Open Market Committee (Fomc). O mercado sempre acompanha de perto para entender o racional dos formuladores das políticas do BC norte-americano.
No Brasil, o pregão é de vencimento de opções sobre o índice, o que costuma trazer volatilidade para o Ibovespa.
O que mais movimenta o Ibovespa hoje
- Inflação nos Estados Unidos sustenta patamar acima de 5% em 12 meses;
- Incorporadoras chinesas na esteira da Evergrande;
- Minério de ferro tem volatilidade após feriado chinês; empresas balançam.
CPI sobe 0,4% em setembro ante agosto
O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos disse, nesta quarta, que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) avançou 0,4% no mês passado. O número ficou acima da estimativa dos economistas ouvidos pela Reuters, que estimavam um crescimento de 0,3%.
Na base anual, os preços subiram 5,4%, ante projeção de alta de 5,3%.
Já o núcleo dos preços avançou 0,2% na base mensal, em linha com o esperado. Na comparação anual, a alta do núcleo foi de 4%, também em linha com as projeções.
A escassez de mão de obra e o desequilíbrio na cadeia de produção continuam a pressionar os preços. O aumento do custo de energia — ocasionado pela recuperação global da demanda, oferta interrompida e forças geopolíticas — também poderia manter os preços altos.
O tema é sensível para o entendimento do Federal Reserve (Fed) sobre os próximos passos da política monetária, tanto no que diz respeito à taxa de juros como na continuidade dos estímulos monetários.
Evergrande abre caminho para outros possíveis calotes de incorporadoras
Em setembro, a crise imobiliária chinesa foi um dos principais tema dos mercados. A Evergrande, segunda maior incorporadora do país, disse que estava com dificuldades para honrar com US$ 300 bilhões em dívidas. As atenções, agora, são voltadas para outros players do mercado.
Outras três companhias do ramo imobiliário agora podem não pagar títulos e bônus, somando dívidas altíssimas. Uma delas, a Modern Land, informou que atrasará o pagamento de um bond de US$ 250 milhões no fim de outubro.
No acumulado de 2021, as ações da empresa já caíram mais de 40% e escancaram as dúvidas sobre sua sustentabilidade.
Esse é mais um episódio da crise imobiliária na China. O segmento, um dos maiores propulsores para o crescimento econômico do país, passa por uma desaceleração e pode pressionar o crescimento chinês e até agitar o mercado de commodities.
Minério de ferro avança com aço mais caro
Com o encerramneto do feriado prolongado chinês e a retomada dos negócios nos portos do país, o minério de ferro voltou a subir e chegou ao nível de US$ 130 por tonelada, pela primeira vez em mais de 30 dias.
A recuperação dos estoques e melhora das margens nas siderúrgicas, aliadas ao impacto de inundações no fim de semana na China nos preços do carvão e do coque, elevam a cotação da commodity nesta quarta.
“Acreditamos, no entanto, que tendência altista pode se mostrar mais momentânea que conjuntural, sobretudo se a China seguir regulando a indústria siderúrgica do país”, comentou a Ativa Investimentos.
No início de outubro, o governo australiano indicou que os preços do minério podem atingir US$ 150 por tonelada até o fim de 2021, antes de cairem para US$ 93 por tonelada até o fim do ano que vem, de acordo com agências internacionais.
A volatilidade pesa sobre as ações da Vale, que caem 2%, impedindo um melhor desempenho do Ibovespa. As ações da Bradespar, consequentemente, recuam 1,48%.
Maiores altas do Ibovespa
Confira as altas do índice Ibovespa, por volta das 13h20:
- Banco Pan (BPAN4): +7,61%
- Pão de Açúcar (PCAR3): +7,14%
- Cogna (COGN3): +5,74%
- EzTec (EZTC3): +5,45%
- Banco Inter PN (BIDI4): +5,41%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as baixas do Ibovespa, eram:
- PetroRio (PRIO3): -0,76%
- Méliuz (CASH3): -0,76%
- CSN (CSNA3): -0,78%
- Bradespar (BRAP4): -1,57%
- Vale (VALE3): -2,03%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: -0,04%
- DAX 30 (Alemanha): +0,68%
- FTSE 100 (Inglaterra): +0,16%
- Euro Stoxx 50: +0,70%
- SSE Composite (Xangai): +0,42% (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): -0,32% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda com uma queda de 0,58%, aos 112.180 pontos.