Ibovespa cai para menos de 109 mil pontos com varejo em queda e aversão a risco; Méliuz (CASH3) tomba
O Ibovespa opera em queda na tarde desta quarta-feira (6), devolvendo o tímido ganho na véspera. O viés era positivo na última terça-feira (5), mas a Bolsa brasileira perdeu fôlego e fechou perto da estabilidade. Hoje, a aversão a risco global pesa sobre o índice, que recua mais de 8% no ano.
Por volta das 13h30, o Ibovespa caía 1,53%, aos 108.769 pontos. O dólar, de forma distinta, dispara 1,19%, sendo negociado na venda por volta de R$ 5,55. Esse é o maior patamar da divisa estadunidense frente ao real desde abril.
Nos Estados Unidos, o dia também é negativo com o S&P 500 caindo 0,81%, para 4.310,62. Contudo, há uma notícia positiva: foram criadas 568 mil vagas no setor privado no mês passado, acima das expectativas.
O dado precede a divulgação do payroll na próxima sexta-feira (8), que mostrará mais um termômetro da economia norte-americana. O tema é sensível à visão do Federal Reserve (Fed) para a redução dos estímulos monetários.
O que mais movimenta o Ibovespa hoje
- Vendas no varejo recuam 3,1% em agosto;
- Méliuz tomba mas analistas enxergam potencial;
- CCR vende leilão de aeroporto.
Vendas no varejo sugere desaceleração econômica
Os investidores digerem com cautela os números da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As vendas no varejo caíram 3,1% em agosto, na comparação com o mês anterior.
Segundo com especialistas, os consecutivos aumentos nos preços de alimentos, energia elétrica e combustíveis têm deixado o orçamento familiar mais curto. No acumulado deste ano, todavia, a alta é de 5,1%.
Seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxa negativas em agosto. Artigos de uso pessoal e doméstico, representados por lojas de departamento, por exemplo, tombaram 16%, sendo o destaque negativo.
As únicas duas categorias que apresentaram desempenho positivo no volume de vendas foram tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfurmaria e cosméticos (0,2%).
“Em mais um dia de frustração com a atividade econômica em agosto, o varejo brasileiro contraiu 4,2% na comparação interanual do mês”, cita a equipe econômica do Banco Original.
“O resultado ficou bem abaixo tanto das nossas expectativas quanto do consenso de mercado e, assim como a produção industrial divulgada ontem, trouxe um viés negativo para a nossa projeção do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre.”
Méliuz lidera baixas após reportar recordes operacionais
As ações do Méliuz lideram as baixas no pregão de hoje. Ontem à noite, a administração da empresa divulgou sua prévia operacional do terceiro trimestre deste ano.
De acordo com o comunicado, o número de novos compradores e o volume bruto de vendas de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) foram recordes no período.
De julho a setembro, o indicador da empresa alcançou R$ 1,4 bilhão na visão consolidada, somando as vendas das controladas Picodi e Promobit. O resultado, inclusive, foi maior do que o quatro trimestre do ano passado, que contou com a Black Friday.
O Méliuz finalizou o trimestre com um total de 20,8 milhões de contas abertas, um crescimento de 2,0 milhões em relação ao segundo trimestre.
Em relatório, o Itaú BBA disse que viu com bons olhos os números.
“Antecipamos uma desaceleração no crescimento do GMV após a mudança na estratégia da empresa para seu cartão de crédito de marca compartilhada. Apesar deste vento contrário, a empresa apresentou o mesmo ritmo de crescimento anual do trimestre anterior.”
O banco de investimento atribui o rating de outperform para os papéis da empresa, ou seja, com desempenho esperado acima da média do mercado. O preço justo das ações é de R$ 10,70, upside de 104,5% sobre a cotação atual.
CCR vence leilão do Aeroporto da Pampulha
Uma das poucas altas do dia é da CCR (CCRO3). A empresa venceu, na última terça, o leilão para administração privada do Aeroporto Carlos Drummond de Andrade – Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.
O lance vencedor da outorga fixa foi de R$ 34 milhões, 245,29% acima do valor mínimo, fixado em R$ 9,8 milhões. O leilão ocorreu na B3 (B3SA3).
A concessão, de 30 anos, deverá gerar também a arrecadação anual de Outorga Variável, correspondente a um percentual da receita bruta obtida pelo concessionário. O projeto estima ainda R$ 99 milhões em impostos federais, estaduais e municipais.
Maiores altas do Ibovespa
Confira as altas do índice Ibovespa, por volta das 13h50:
- Rumo (RAIL3): +5,53%
- Americanas (AMER3): +3,18%
- Magazine Luiza (MGLU3): +1,32%
- Pão de Açúcar (PCAR3): +1,19%
- Assaí (ASAI3): +0,99%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as maiores baixas do Ibovespa eram:
- Lojas Renner (LREN3): -5,03%
- Grupo Soma (SOMA3): -5,78%
- JHSF (JHSF3): -6,18%
- Locaweb (LWSA3): -6,16%
- Méliuz (CASH3): -6,95%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: -0,72%
- DAX 30 (Alemanha): -1,46%
- FTSE 100 (Inglaterra): -1,15%
- Euro Stoxx 50: -1,30%
- SSE Composite (Xangai): (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): -1,05% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última terça com uma alta de 0,06%, aos 110.457,64 pontos.
