Dólar fecha em alta de 0,64%, com IPCA-15 acima do esperado

O dólar encerrou as negociações desta sexta-feira (24) com um avanço de 0,64%, frente ao real, valendo R$ 5,344 na venda.

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A alta do dólar hoje foi impulsionada pelo o “risco Evergrande” reavivado no mercado internacional. Nesse cenário, os investidores voltam a buscar posições defensivas e o que se vê é o fortalecimento generalizado da moeda norte-americana.

“O clima de cautela foi retomado após rumores de que alguns credores da incorporadora não teriam recebido o pagamento dos títulos vencidos na quinta-feira”, explica a Ativa investimentos.

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Além disso, o mercado também ficou de olho no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) em setembro que teve a maior alta para meses de setembro desde 1994.

Movimentação do dólar

O dólar americano abriu a sessão de hoje em alta, refletindo a volta do temor pelo risco de colapso da Evergrande, sem a confirmação de que a gigante chinesa tenha feito o pagamento de juros programado para ontem.

No decorrer do dia, o dólar continuou operando em alta, atento ao (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial no Brasil. O indicador chegou a 1,14% em setembro deste ano. A taxa é superior ao resultado de 0,89% de agosto deste ano e ao 0,45% de setembro do ano passado.

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Além disso, as vendas de moradias novas nos Estados Unidos tiveram aumento de 1,5% em agosto ante julho, para uma taxa anual sazonalmente ajustada de 740 mil unidades, segundo dados publicados hoje pelo Departamento do Comércio americano.

O total de vendas de julho foi revisado para cima, de 708 mil para 729 mil.

Desconsiderando-se a revisão, analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam alta de 1,7% em agosto, a 720 mil unidades.

Notícias que movimentaram o dólar

Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • IPCA-15 fica em 1,14% em setembro, ante 0,89% em agosto, revela IBGE
  • BC divulga superávit de US$ 1,684 bilhão em agosto
  • Tesouro Direto: vendas em agosto superam resgate em R$ 1,288 bilhão

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IPCA-15 acelera

O IPCA-15 subiu 1,14% em setembro, após ter avançado 0,89% em agosto, segundo informou nesta sexta-feira o IBGE. Foi a maior alta para meses de setembro desde 1994, quando, ainda no início da implantação do Plano Real, o IPCA-15 havia subido 1,63%.

O resultado ficou no teto das estimativas do mercado financeiro, consultadas pelo Projeções Broadcast, que variavam de 0,90% a 1,14%, com mediana de 1,03%.

Com o resultado agora anunciado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 7,02% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 10,05%, segundo o IBGE. As projeções iam de avanço de 9,79% a 10,05%, com mediana de 9,93%. No acumulado em 12 meses, a taxa de setembro é a maior desde fevereiro de 2016, quando o IPCA-15 havia acumulado um avanço de 10,84%.

Superávit das contas externas

Banco Central (BC) informou que as contas externas tiveram superávit de US$ 1,684 bilhão no mês de agosto, Durante o mesmo período em 2020, o saldo positivo foi de US$ 950 milhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

O resultado é o melhor para o mês de agosto desde 2006, quando as contas externas tiveram superávit de US$ 2,1 bilhões.

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a diferença no resultado das transações correntes, na comparação interanual, se deve ao aumento do superávit comercial. “A balança comercial têm crescido fortemente, tanto nas exportações quanto nas importações”, disse. Ele explicou que isso é reflexo do crescimento da atividade econômica em todo o mundo.

Em 12 meses, encerrados em agosto, o déficit em transações correntes é de US$ 19,505 bilhões, 1,23% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 20,239 bilhões (1,30% do PIB) em julho de 2021 e déficit de US$ 35,651 bilhões (2,26% do PIB) no período equivalente terminado em agosto de 2020.

Tesouro Direto: vendas superam resgates

O Tesouro Nacional divulgou hoje dados sobre o Tesouro Direto no mês de agosto. As vendas do programa alcançaram R$ 3,312 bilhões, superando os resgates em R$ 1,288 bilhão. Estes, por sua vez, totalizaram R$ 2,023 bilhões sendo R$ 1,881 bilhão relativo a recompras de títulos públicos e R$ 142,7 milhões a vencimentos.

Os títulos mais procurados pelos investidores foram aqueles corrigidos pela inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), que corresponderam a 44,9% do total. Os títulos vinculados à taxa básica de juros, a Selic, tiveram participação de 38,6% nas vendas, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, de 16,5%.

O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 69,83 bilhões no fim de agosto, um aumento de 2,9% em relação ao mês anterior (R$ 67,89 bilhões) e aumento de 14% em relação a agosto do ano passado (R$ 61,24 bilhões).

Cotação do dólar nesta quinta (23)

Na última sessão, quinta-feira (23), o dólar encerrou em leve alta de 0,10%, negociado a R$ 5,31.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Laura Moutinho

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