Pontomais quer crescer 15 vezes em 5 anos, facilitando a vida do RH

Quando a tecnologia agrega valor, não tem volta. Esse é o pensamento da Pontomais, startup que promove o controle de ponto on-line para mais de 14 mil empresas no Brasil.

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Ao todo, já são cerca de 600 mil colaboradores destes CNPJs que utilizam a plataforma. Fundada em 2015, a Pontomais diz que consegue encurtar em mais de 50% o tempo gasto pelo departamento de RH com o fechamento de ponto.

Segundo o CEO da empresa, Hendrik Machado, a pandemia não trouxe benefícios claros para a empresa, ao contrário do que se pode imaginar. “O fato de as pessoas estarem em casa ter nos beneficiado é um pouco de mito”, comentou o executivo em entrevista ao Suno Notícias.

Como trabalha junto a pequenas e médias empresas (PMEs), muitas quebraram e não cumpriram os contratos com a startup. A Pontomais perdeu 10% de sua carteira entre março e maio de 2020.

Desde então, contudo, a empresa conseguiu olhar para dentro e trabalhar junto com os clientes para entender as demandas durante e pós-lockdown e dar passos estratégicos para diversificar suas operações.

Pontomais cresce criando tempo para as empresas

Todo mundo quer mais tempo. Uma das dores da sociedade tem relação justamente com a escassez do único recurso não comercializado. Machado diz que sentiu isso na pele quando trabalhou em um escritório de contabilidade no início de sua carreira.

Depois, foram seis anos em uma empresa tech, quando aprendeu como a tecnologia pode ajudar as pessoas a resolver problemas, como era o de fechamento de ponto, lá no escritório de contabilidade.

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Em 2015, o executivo foi apresentado a um projeto de uma fábrica de relógio ponto. Era a Pontomais.

Mas rapidamente percebeu que não faria sentido que o negócio ficasse dentro de uma fábrica de relógio ponto, pois seriam potenciais concorrentes. Então, um investimento anjo separou a Pontomais de sua criadora.

A esta altura, a empresa não tinha produto, serviço, clientes ou faturamento. Mas, entre 2016 e 2017, a Pontomais cresceu 10 vezes; entre 2017 e 2018, três vezes; de 2018 para 2019, mais três vezes; e entre 2019 e 2020, dobramos de tamanho.

A ideia é dobrar de tamanho novamente entre 2020 e 2021.

AWS foi essencial na trajetória

Na entrevista, Machado destacou a relação da empresa com a Amazon Web Services (AWS). Pontomais e a empresa fundada por Jeff Bezos se relacionam desde o “dia zero” de operações da startup.

“Quando buscamos fornecedores, não avaliamos somente a capacidade de entregar o serviço, porque essa é a premissa básica. Nós buscamos um fornecedor que tenha a facilidade de conversar com o nosso serviço”, comentou o executivo.

A Pontomais encontrou na AWS a capacidade de entender, compreender e ajudar uma startup em seu desenvolvimento. “É um grau muito alto de funcionalidades e ferramentas que se adequam às necessidades da empresa.”

Inicialmente, a empresa era o banco de dados da Pontomais, mas depois também acabou trazendo frameworks de tecnologia. “Gostamos de inovar e a AWS nos proporciona isso. Nós fomos um dos primeiros clientes a trazer receita de banco de dados no Brasil para eles.”

Recorrência de receita pavimenta projetos futuros

Em uma empresa de 50 pessoas, demora em média de três a quatro dias para o fechamento do ponto. Com a Pontomais, isso cai para 2 a 3 horas, segundo o CEO.

“A grande proposta de valor da Pontomais é dar mais tempo para o RH das empresas, para que possam dedicar mais tempo para o que realmente importa, e não focar em coisas burocráticas. A tecnologia pode ajudar neste processo.”

Essas empresas utilizam a Pontomais como um SaaS (software as a service), ou seja, o modelo é baseado em uma assinatura de recorrência. A precificação é feita com base no número de colaboradores que utilizarão a plataforma.

O forte crescimento em termos de faturamento — previsto para ser de 15 vezes até 2026 — é pautado com base no que tem dado certo, como o avanço das assinaturas vendidas recorrentemente, mas também com as iniciativas de diversificação de portfólio.

No fim de 2020, a startup recebeu um aporte da VR Benefícios, conhecida nacionalmente no mercado de gestão de benefícios para empresas.

O investimento, segundo a empresa, trará novas oportunidades e criará demandas para ambas as partes. O montante de recursos colocados sobre a mesa, que não foi revelado, sustentará a Pontomais por mais cinco anos de operação sem a necessidade de novos aportes.

A Pontomais continuará autônoma em sua operação, “desenvolvendo seus projetos e produtos de forma íntegra, autônoma e alinhada com as necessidades do mercado” e, de acordo com a cabeça da diretoria da empresa, entrando cada vez mais nos subsistemas do RH.

O trabalho por trás um app com base legal

Atualmente, a Pontomais emprega 200 pessoas. É um número considerado grande para uma startup, mas existe explicação para isso.

Segundo o relato de Machado ao Suno Notícias, o que faz ter bastante gente trabalhando com a Pontomais é a questão das legalidades.

“Somos um software legal, ou seja, nossas atividades demandam ser amparadas pelo âmbito legal. Precisamos estar alinhados ao Ministério do Trabalho, mas também nos adequarmos às convenções regionais.”

O ponto focal da Pontomais é facilitar o manuseamento de horas extras e banco de horas entre os trabalhadores, e cada sindicato legisla de uma forma diferente sobre esses pontos. O Brasil possui 17 mil sindicatos.

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Além disso, a Pontomais não quer entregar somente a tecnologia, mas também o “encantamento”.

“Olhamos muito para o cuidado com os nossos clientes. Sempre nos perguntamos se realmente estamos conseguindo otimizar as horas do RH?. Por essas razões o nosso time não é pequeno como outras startups”, disse o CEO.

Hoje, 65% do time (cerca de 130 pessoas) é voltado para a sustentação do negócio, especificamente ao atendimento dos clientes e desenvolvimento do produto principal.

Principal risco está fora de controle

Como toda startup, a Pontomais possui um oceano azul de crescimento. Mas, por outro lado, também existem riscos relevantes.

Normalmente, para uma empresa que procura causar uma disrupção no mercado e que tem poucos anos de vida, os maiores riscos estão relacionados à execução das inovações e disponibilidade de crédito.

Para a Pontomais, o maior risco fica restrito ao âmbito da legalidade. E não tem muito o que fazer sobre isso.

“Qualquer canetada pode atrapalhar nosso negócio, como extinguir a necessidade de registro de ponto por determinação das autoridades”, comenta Machado. Entretanto, o executivo não se preocupa muito, pois, segundo ele, o Brasil não possui um histórico neoliberal que proporcionaria essa mudança.

“Temos de focar no que está no nosso controle. Uma de nossas dores era focarmos exclusivamente no registro de ponto, mas é algo que estamos mitigando com a VR”, disse o CEO da Pontomais.

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Jader Lazarini

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