Ibovespa sobe 1,8% e retoma 112 mil pontos em dia de Copom; Via (VIIA3) recua 2%
À espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros (Selic), o Ibovespa fechou em alta de 1,84%, cotado a 112.282,28 pontos, acompanhando o desempenho das bolsas mundiais.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) manteve intacta a taxa de juros no intervalo entre 0% e 0,25% ao ano, conforme o esperado. Mas o que movimentou as bolsas de Nova York e, por aqui, o Ibovespa foi a sinalização de início da redução dos estímulos monetários.
Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) realizou sutilmente o primeiro aceno formal sobre a redução no ritmo de expansão do balance sheet. “A autoridade afirmou que a redução de expansão do balance sheet poderá ocorrer na próxima reunião. O mesmo também deu mostras de que o processo pode se encerrar em meados do ano que vem.”
No cenário doméstico, os investidores acompanharam o andamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o pagamento dos precatórios. A comissão especial que analisará o projeto será comandada por líderes do Centrão, com inclinação à base do governo.
Movimentação do Ibovespa hoje
As ações da Usiminas (USIM5) e da Metalúrgica Gerdau (GOAU4) tiveram um pregão de recuperação após as fortes quedas devido ao caso Evergrande. Segundo a Ativa, as companhias ficaram entre as maiores altas do Ibovespa, em meio ao alívio pela instabilidade financeira da incorporadora, cuja subsidiária disse que honrará a dívida que vence nesta semana.
A notícia motivou um aumento do preço do minério de ferro na China, impulsionando também ações da Vale (VALE3), que subiram mais de 3% hoje.
O destaque negativo ficou com a Via (VIIA3). Depois de avançar mais de 11% ontem, a varejista passou por uma correção e devolveu parte dos ganhos.
Maiores altas do Ibovespa
As maiores altas do Ibovespa no dia de hoje foram:
- Usiminas (USIM5): +8,70% / R$ 15,24
- Azul (AZUL4): +8,19% / R$ 36,60
- Cielo (CIEL3): +7,79% / R$ 2,49
- PetroRio (PRIO3): +7,48% / R$ 20,70
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): +5,90% / R$ 11,84
Maiores baixas do Ibovespa
As maiores baixas do Ibovespa no dia de hoje foram:
- Hapvida (HAPV3): -3,89% / R$ 14,59
- NotreDame Intermédica (GNDI3): -3,88% / R$ 79,57
- Via (VIIA3): -2,39% / R$ 8,57
- Braskem (BRKM5): -2,07% / R$ 57,25
- Qualicorp (QUAL3): -1,63% / R$ 21,16
Notícias que movimentaram a bolsa de valores
- Fed mantém taxa dos Fed funds
- Totvs levanta R$ 1,44 bi em follow-on
- Economia reduz previsão de déficit
Fed mantém taxa dos Fed funds entre 0,0% e 0,25% ao ano
Em decisão unânime, o Fomc do Fed manteve a taxa dos Fed funds na faixa entre 0% e 0,25% ao ano. O BC dos Estados Unidos disse que a inflação está “elevada” no país, porém considerou que isso reflete “em grande medida fatores transitórios.”
A autoridade monetária também destacou que que as expectativas de inflação para o mais longo prazo continuam ancoradas na meta de 2%.
Na avaliação dos dirigentes, o ritmo da economia americana continua a depender do curso do da pandemia de coronavírus. Os indicadores de atividade econômica continuaram a se fortalecer dado o progresso na vacinação e forte apoio de políticas.
Totvs (TOTS3) levanta R$ 1,44 bilhão em follow-on
A Totvs (TOTS3) precificou a R$ 36,75 por ação a oferta subsequente de ações (follow-on) com esforços restritos. Com isso, o aumento de capital da empresa fica na ordem de R$ 1,44 bilhões, com a emissão de 39,27 milhões de novas ações ordinárias.
O novo capital social da empresa passa a ser de R$ 2,96 bilhões, dividido em 617,18 milhões de ações ordinárias.
Os recursos líquidos obtidos por meio do follow-on serão revertidos em “potenciais aquisições de empresas que possam contribuir para a execução da estratégia e construção de um ecossistema de tecnologia em três dimensões (Gestão, Techfin e Business Performance)”. Recursos líquidos remanescentes serão utilizados para reforço de capital.
Economia reduz previsão de déficit primário em aproximadamente 11%
O Ministério da Economia diminuiu sua projeção para o déficit primário em 2021. Segundo o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 4º bimestre, o rombo nas contas públicas é previsto em R$ 139,435 bilhões, ante a expectativa anterior de R$ 155,418 bilhões.
A meta fiscal para este ano permite um rombo de até R$ 247,1 bilhões. No entanto, como despesas com o auxílio emergencial e a nova edição do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEM) foram excluídas da meta, na prática esse valor é até mais significativo: um déficit primário de até R$ 331,577 bilhões.
O resultado primário é obtido a partir da diferença de receitas e despesas do governo. Segundo a pasta, a melhora no primário é “consequência principal” da melhora da arrecadação, na esteira do crescimento. O governo projeta uma alta de 5,3% no Produto Interno Bruto (PIB) este ano, após um tombo de 4,1% no ano passado.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: +1,84% / 112.282,28
- IFIX hoje: +0,12% / 2.702,50
- IBRX hoje: +1,89% / 47.983,73
- SMLL hoje: +1,53% / 2.763,89
- IDIV hoje: +1,33% / 6.526,22
Cotação do Ibovespa nesta terça (21)
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda com uma baixa de 2,33%, aos 108.843,74 pontos.