Itaú (ITUB4) piora previsões para Brasil e vê Selic a 9%; veja as projeções

O Itaú (ITUB4) voltou a rever sua série de previsões para os principais indicadores econômicos do País. Em relatório publicado nesta terça-feira (13), o banco aumentou suas projeções para o dólar, a taxa Selic e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ao final de 2021 e rebaixou a perspectiva de crescimento do PIB neste ano e no próximo.

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PIB: redução mais expressiva em 2022

De acordo com relatório, o Itaú cortou sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano para 5,3%, ante 5,7% da previsão anterior. O ajuste aconteceu em função do PIB do segundo trimestre de 2021, que veio abaixo das expectativas dos analistas, e a produção industrial de julho também. Com isso, o PIB do terceiro trimestre de 2021 passou por revisão (de +1,1% para 0,8%) e o do ano também.

Para 2022, a projeção do PIB sofreu redução ainda mais expressiva: de 1,5% para 0,5%. Segundo a equipe de pesquisa econômica do Itaú: “A revisão decorreu principalmente da nossa expectativa de taxas de juros mais elevadas. Além disso, acreditamos que a política fiscal será contracionista, mesmo levando-se em conta o novo programa de transferência de renda”.

Fonte: Itaú (ITUB4), IBGE

Dólar avança com incertezas sobre contas públicas

Em relação à estimativa para o dólar, o valor da moeda subiu de R$ 4,75 para R$ 5,00. O banco destaca que o aumento da Selic e o bom fluxo comercial favorecem o real. Entretanto, as incertezas políticas em relação à evolução das contas públicas impedem uma melhora mais significativa do real frente ao dólar.

No próximo ano, a projeção do Itaú para o dólar é de R$ 5,20 ante R$ 5,10 anteriormente. “O cenário global de juros mais elevados e dólar mais forte tende a pressionar o real”.

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Inflação escala

O prognóstico do Itaú é de que o IPCA, indicador oficial da inflação no Brasil, suba para 8,4% em 2021, ante 7,7% da projeção anterior. Para os analistas do banco, o indicador deve incorporar a surpresa altista do IPCA de agosto e revisar a trajetória de aumento dos combustíveis, alimentos, bens e serviços.

“A inflação permanece pressionada e com alta disseminada. As medidas de inflação subjacente seguem rodando pressionadas e acima do compatível com a meta de inflação. Tanto bens, que ainda não mostraram sinais de arrefecimento, quanto serviços, já com sinais de aceleração em itens mais inerciais.”

Em 2022, a inflação ao consumidor será de 4,2%, ante taxa de 3,9% esperada anteriormente.

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Selic alta e nível mais contracionista

“Com piora do balanço de riscos, passamos a projetar alta da Selic para nível mais contracionista: três aumentos de 1,00 p.p. consecutivos e um último de 0,75 p.p. ao longo das próximas reuniões, chegando a 9,0% a.a. em 2022.

Neste ano, o Itaú vê a taxa de juros fechando 2021 em 8,25% ante previsão de 7,5% no último relatório.

Os analistas fazem ressalvas de que os riscos em torno da manutenção da disciplina fiscal estejam aumentando. “Seja pela renúncia de receitas prevista na proposta de mudança na tributação de renda e lucro, seja pelas maiores dificuldades de conciliar o cumprimento do teto de gastos.

A aceleração da inflação, o aumento inesperado do gasto com precatórios e as pressões para aumento do Bolsa Família são os fatores que “podem levar a maiores créditos extraordinários não sujeitos ao teto de gastos”, observa o Itaú em relatório.

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Monique Lima

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