Inflação deve ter ‘notável’ desaceleração em 2022, diz dirigente do BCE
A dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel, disse nesta segunda-feira (13) que a inflação da zona do euro irá provavelmente desacelerar de forma notável já a partir do próximo ano.
Ela, que falou durante evento da associação alemã Baden-Badener Unternehmer Gespräche (BBUG, pela sigla em alemão), apontou que os altos patamares da inflação atual precisam ser “interpretados com cautela”, diante do nível “extremamente baixo” dos preços do ano passado.
“Se considerarmos os efeitos de base da pandemia, a inflação hoje está muito baixa, em vez de muito alta”, argumentou.
Em discurso, Schnabel prometeu que o BCE seguirá buscando a estabilidade dos preços e combaterá eventuais desvios de sua meta de inflação de 2%, seja para cima ou para baixo.
Isabel Schnabel também alertou que o BCE só iniciará o processo de normalização de sua política monetária quando estiver confiante de que atingiu seu objetivo de inflação de forma sustentável.
Segundo ela, um aperto monetário precoce em resposta à alta temporária da inflação apenas sufocaria a recuperação econômica da zona do euro. Por outro lado, se a meta de inflação for atingida inesperadamente logo, o BCE agirá de “forma rápida e resoluta”, ressaltou a dirigente.
“Vamos agir cuidadosamente…para finalmente preparar o caminho para sair do ambiente de taxas de juros baixas, depois de tantos anos”, afirmou a dirigente.
Isabel Schnabel também avaliou que o humor na zona do euro está melhorando, apesar da persistência da Covid-19.
Antes de desacelerar, inflação ainda subirá, segundo BC da Alemanha
A inflação na Alemanha deve seguir em alta durante os próximos meses, para engatar uma queda no início de 2022. Esse é o prognóstico feito pelo Bundersbank — Banco Central da Alemanha — em relatório mensal, divulgado no fim de agosto.
Ainda assim, o Bundesbank prevê que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Alemanha estará acima de 2% em meados do ano que vem.
O documento atribui a escalada da inflação a gargalos na cadeia produtiva, liberação da demanda reprimida durante a pandemia e base de comparação fraca.
O Bundersbank, contudo, alerta que a recente escalada de casos de coronavírus, em meio à disseminação da variante Delta, poderia impor inesperadas incertezas à economia, acentuando o desequilíbrio entre oferta e demanda e pressionando a inflação.
(Com informações do Estadão Conteúdo)