Ibovespa abre em alta aos 116 mil pontos com arrefecimento da crise institucional; greve dos caminhoneiros perde força
Após um pregão turbulento e com um arrefecimento da crise política e institucional, o Ibovespa sobe 0,86% aos 116.348 pontos na abertura desta sexta-feira (10). O índice do mercado de ações brasileiro, deste modo, segue em alta após nota oficial do presidente Jair Bolsonaro, afirmando que nunca teve a “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”.
O Ibovespa hoje lida com as atualizações sobre a paralisação dos caminhoneiros, que perdeu força após a carta do presidente.
Segundo o último boletim do Ministério da Infraestrutura, divulgado na manhã de hoje, houve redução de ocorrências em todos os estados monitorados, dos 15 estados que estavam paralisados, apenas 3 seguem com pontos de concentração.
Segundo o informe da pasta, o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rondônia são os estados que ainda estão com a paralisação.
A liderança da categoria se reuniu ontem por cerca de três horas com Bolsonaro, depois de articularem por dois dias seguidos bloqueios em rodovias.
Em termos de indicadores, a agenda desta sexta (10) encontra-se cheia, e a Bolsa de Valores hoje ainda lida com a alta do IPCA divulgada ontem, que representa a inflação teve a maior alta para o mês de agosto desde 2000, quando o indicador subiu 1,31% — com isso, a inflação oficial do país acumula alta de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses.
Já hoje pela manhã, os dados das vendas no varejo referentes ao mês de julho foram divulgados, com alta de 1,2% no mês ante expectativa de 0,7% de alta. O crescimento anualizado do setor, deste modo, fica em 5,7%.
Nos dados internacionais, o PIB do Reino Unido teve um crescimento de 0,1% no mês, deixando o crescimento econômico anualizado do país em 7,5%. A produção industrial do país, por sua vez, ficou estável, frustrando as expectativas de uma alta de 0,1%.
Na Alemanha, a inflação fica estável no mês, e na China, os empréstimos tomados em agosto ficam abaixo do esperado, com um crescimento de 12,1% no mês. No país asiático em questão, há também um arrefecimento das pressões regulatórias que também anima os mercados.
“Setor de tecnologia como destaque na Ásia e Europa após notícias de uma ligação telefônica entre Xi Jinping e o presidente Biden, podendo acalmar o governo chines em relação às medidas regulatórias”, afirma a Ativa Investimentos.
Outro dado relevante é o Índice de Preços ao Produtor (IPP) dos Estados Unidos, que veio acima do esperado, em alta de 0,7% no mês de agosto, ao passo que o mercado esperava uma alta de 0,6% no índice.
Nesse panorama, o dólar apresenta queda de 0,32% no intradia, sendo negociado a R$ 5,209 pela manhã.
Notícias que vão movimentar o Ibovespa hoje
- Com greve dos caminhoneiros, Assaí ganha potencial
- Petrobras anuncia quitação e novos contratos
- B3 estuda emissão no exterior
XP vê Assaí com bons olhos
Com as incertezas geradas pelas paralisações recentes, a XP Investimentos avalia que o setor mais afetado é justamente o varejo.
Na análise da corretora, a paralisação tem um impacto mais relevante sobre a confiança do consumidor do que sobre os resultados da empresas. Com isso, a opção é por ativos de forte posicionamento, sólido histórico de execução e com fundamentos estruturados, como o Assaí (ASAI3).
Segundo o parecer da corretora, a crescente incerteza macroeconômica deve pesar sobre a confiança do consumidor e continuar a elevar as expectativas de taxas de juros.
Nesse sentido, a última greve dos caminhoneiros, em 2018, acabou elevando a uma maior inflação e menor Produto Interno Bruto (PIB), “devido às interrupções de oferta, o que por sua vez pode restringir a renda disponível dos consumidores”, informou o relatório.
Como ativo de proteção contra a inflação, a XP tem preferência pelo Assaí. Já em relação ao consumo discricionário a escolha é por ações que focam em classes mais altas e com um crescimento orgânico sólido como por exemplo:
Com esse contexto, as ações da Assaí caem 1,10%, as do Soma sobem 1% e a Vivara sobe 1,64%.
Dívida com a Petros e novos contratos para venda de gasolina e diesel
Em anúncio recente, a Petrobras (PETR4) divulgou que irá alterar os modelos de contrato com distribuidoras de combustíveis.
Em fato relevante desta sexta (10), a estatal informa que aprovou novos modelos contratuais para venda de gasolina A e de óleo diesel rodoviário e marítimo, sem detalhar quais são as mudanças.
O documento da petroleira diz que o objetivo é “simplificar alguns processos, aumentar a competitividade e trazer flexibilidade para a Petrobras na adoção de novas estratégias comerciais.”
No novo modelo de contrato da estatal será possível ajustar condições comerciais de acordo com o mercado, “representando um passo importante para o posicionamento da empresa no novo ambiente competitivo.”
Diante do cenário atual do mercado, caracterizado pela entrada de produto importado por terceiros e pelo processo de desinvestimento de ativos de refino, “torna-se necessário promover aperfeiçoamentos em algumas cláusulas comerciais e operacionais”, diz a Petrobras.
“Esses ajustes, definidos com base na experiência obtida ao longo do período de vigência dos atuais contratos e em decorrência de feedback dos clientes, buscam fortalecer a relação comercial e a competitividade da Companhia”, diz fato relevante.
Além disso, a companhia também informou que concluiu a quitação do termo de compromisso firmado com a Fundação Petrobras de Seguridade Social, a Petros, para a migração dos planos Petros do Sistema Petrobras Repactuados e Não Repactuados, para o Plano Petros-3.
Essa quitação teve valor de R$ 1,27 bilhão, agora “devidamente atualizado”.
No pregão de hoje, as ações da Petrobras sobem 1,10% no Ibovespa nesta sexta.
B3 quer alavancar negócios com emissão de títulos no exterior
Também em fato relevante divulgado no início desta sexta, a B3 (B3SA3) informou que está avaliando realizar uma emissão de títulos de dívida no mercado internacional.
A companhia comunicou ao mercado que estes recursos captados no exterior seriam utilizados para a “gestão ordinária dos negócios da empresa”.
A emissão, segundo a companhia que controla a bolsa, visaria “diversificar as fontes de captação da companhia e está alinhada com sua estratégia de otimizar a gestão e custo do endividamento“. Com esta notícia, a atenção também fica sobre a alavancagem financeira.
Caso a emissão ocorra, a relação da dívida bruta e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente de 12 meses poderá ultrapassar 1,5 vez.
“Com isso, sujeito à efetivação da operação, o guidance de alavancagem financeira para 2021 deverá ser revisado para 2 vezes”, consta no comunicado da companhia.
As ações da B3 sobem 2,86% no pregão de hoje.
Destaques do Ibovespa
As principais altas no Ibovespa, por volta das 10h20 são:
- Méliuz (CASH3): +6,70%
- Yduqs (YDUQ3): +6,57%
- BR Malls (BRML3): +4,65%
- Cyrela (CYRE3): +4,53%
- Iguatemi (IGTA3): +4,19%
No mesmo horário, as principais quedas no Ibovespa eram:
- Suzano (SUZB3): -2,19%
- Eneva (ENEV3): -1,19%
- Petz (PETZ3): -1,15%
- WEG (WEGE3): -1,06%
- Rede D’Or (RDOR3): -0,85%
Principais índices
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do índice Ibovespa:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,43%
- Nova York Dow Jones (DJIA) futuro: +0,49%
- Frankfurt (DAX 30): +0,37%
- Londres (FTSE 100): +0,34%
- Paris (CAC 40): +0,11%
- Milão (FTSE/MIB): -0,07%
- Tóquio (Nikkei 225): +1,25% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): +0,27% (fechada)
- Hong Kong (Hang Seng): +1,91% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
No fechamento do pregão de quinta (9), o Ibovespa subiu 1,72%, a 115.360,86 pontos após a carta do presidente Jair Bolsonaro arrefecendo a crise institucional em Brasília.