Banco do Brasil (BBAS3) e Caixa não deixarão a Febraban
O Banco do Brasil (BBAS3) e a Caixa Econômica Federal desistiram de deixar a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), após a ameaça na última semana. Os bancos públicos eram contrários ao manifesto “A Praça dos Três Poderes”, da Fiesp, a qual a federação era signatária.
No entendimento da direção de ambas as instituições, o comunicado divulgado na noite da última quinta-feira (2) pela Febraban não deixa brecha para qualquer intenção de retirada.
Na visão de Banco do Brasil e Caixa, a federação estava se posicionando positicamente, e não deveria fazê-lo.
Segundo o blog de Valdo Cruz, no G1, a permanência dos bancos na federação foi ordenada pelo presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com a coluna, a forma como Pedro Guimarães, presidente da Caixa, tratou o caso foi entendida como uma “trapalhada” por assessores do presidente.
O jornal O Globo reportou que Guimarães ameaçou dois bancos privados, integrantes da Febraban, de não mais atuar como intermediadores de operações de bancos públicos na Bolsa de Valores, caso assinassem o texto, visto como uma afronta ao presidente Bolsonaro.
Febraban reafirma apoio a manifesto
A Febraban, ontem à noite, reafirmou o apoio ao manifesto da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em defesa das instituições e da harmonia entre Executivo, Judiciário e Legislativo.
“A Febraban reafirma o apoio emprestado ao manifesto, cuja adesão se deu, desde o início, dentro de um contexto plurifederativo de entidades representativas do setor produtivo e cuja única finalidade é defender a harmonia do ambiente institucional no país”, diz a nota da entidade.
A federação disse que “o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da Fiesp, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação”.
Com isso, a Febraban afirma que o objetivo do manifesto foi cumprido, por mais que não tenha sido publicado, uma vez que foi extensamente divulgado.
A federação reafirmou sua posição pró-manifesto, mas se dissociou da Fiesp.
“Esse comunicado é uma saída honrosa para os 2 lados”, afirmou Fausto Ribeiro, presidente do BB. Para ele, o textoi foi “fruto de discussões respeitosas entre as partes e da busca constante pelo diálogo existente entre os membros da Febraban”.
Na visão do governo, segundo Valdo Cruz, nota da Febraban manteve a posição da entidade, ressaltando a democracia, mas deu o caso do manifesto como finalizado. A nota, com isso, teria atendido os dois lados.