Minério de ferro tomba 5% e cai junto com Vale (VALE3) e siderúrgicas; Ibovespa recua
O minério de ferro voltou a despencar na madrugada desta terça-feira (31), na China. Na Bolsa de Dalian, os contratos futuros da commodity encerraram o pregão com baixa de 5%, a 808 yuanes por tonelada.
O mercado segue de olho na venda das reservas de metais pela China, o que amplia a oferta do minério de ferro, diminuindo os preços praticados no mercado. Os cortes de produção do país também seguem no radar dos investidores.
Consequentemente, o movimento fez com que as empresas brasileiras ligadas à matéria-prima recuassem no pregão de hoje.
Logo na abertura, a Vale (VALE3), maior posição acionária do Ibovespa, já caía mais de 1%. A baixa pressiona o índice, que recua cerca de 0,04%, por volta das 11h40.
Contudo, a maior queda fica por conta da CSN (CSNA3), que cai mais de 3%. A Usiminas (USIM5) e Metalúrgica Gerdau (GGBR4) também estão entre os destaques de baixa, com quedas de 1,77% e 2,34%, respectivamente.
Segundo a Fastmarkets, agência de notícias e informações sobre o mercado de commodities, o governo chinês poderá estabelecer restrições ainda mais rogorosas à produção de aço no país até o fim de novembro.
Este aspecto, inclusive, explicam parte do movimento do minério de ferro nos últimos dias, após se recuperar levemente do menor patamar em sete meses.
Clima, economia e liquidez: o cenário do minério de ferro
O mercado observa as recentes quedas do minério de ferro de algumas formas.
Uma das razões diz respeito à intenção chinesa em atingir as metas climáticas da agenda da Organização das Nações Unidas (ONU) antes de 2030. O país é o maior poluidor do mundo e se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Além disso, o movimento também tem relação com a queda nas vendas no varejo de Estados Unidos e China. No território norte-americano, a baixa em julho foi de 1,1%, enquanto o mercado esperava um recuo de 0,3%. Ao passo que em território chinês, o resultado foi uma alta de 8,5%, abaixo da expectativa de alta de 11,5%.
Outro aspecto também muito lembrado, segundo especialistas disseram ao Suno Notícias na última semana, é a liquidez abundante.
Pacotes de estímulos foram estabelecidos mundo afora para o combate à pandemia, o que colocou a demanda à frente da oferta no ano passado. Agora, o processo se inverte e impacta o minério de ferro.